A casa localizada em São Paulo, que antes era escura, sombria e compartimentada, hoje, após a reforma promovida pelo escritório João Armentano, quase não tem divisórias e permite a entrada de luz por todos os lados. “Eu quis trazer a luz e o verde para dentro da casa, resultando em uma residência que respira e deixa a sensação de liberdade”, comenta o arquiteto João Armentano.
Além do conceito contemporâneo que norteou o projeto, o arquiteto, usou como musa inspiradora, a própria moradora. “Fui dos óculos marcantes usados por ela a sua maneira pessoal. Tudo isso me ajudou a compor um perfil. Absorvi o máximo de detalhes possível”, conta.
O desafio do profissional ao realizar a reforma foi exatamente transformar a casa. Dois meses depois do primeiro contato, nasceram os croquis que sugeriram derrubar as paredes integrando grande parte dos ambientes, além de aumentar o pé-direito e trazer iluminação natural. “Os espaços conversam entre si e permitem à proprietária ter um domínio total sobre todos os espaços. Foi um projeto personalizado. A cliente mora e trabalha no mesmo lugar”, relata o arquiteto.
Em nome de seus filhos e netos, a nova moradora investiu em um refúgio espaçoso com piscina, jardim e até horta, que cultiva com as crianças. Na fachada, o escritório utilizou massa texturizada e jogos de volumes, ressaltando as aberturas. Há também marquises no exterior do projeto.
Na área interna, a casa é clara e aberta, com muitas janelas. A ideia é que a moradora não tivesse gastos de energia e que a construção fosse sustentável e econômica. O layout é reduzido, clean e racional. “A distribuição dos ambientes é a cara da cliente”, confessa João.
Com a integração dos espaços é possível ver de todos os cantos da casa as outras áreas. “Os ambientes não são necessariamente conectados, mas, há sempre algo que leva ao outro lugar, como uma janela, por exemplo. Utilizamos o conceito de arquitetura loft”, explica. Dessa forma, é possível estender o estar para a área externa. A área social e o banheiro da suíte principal expõem o mesmo revestimento, mármore calacata.
João revela como o mobiliário foi escolhido. “Peças com desenhos elaborados e simples foram usadas para dar contraste de jogo e design entre o mobiliário antigo e o novo. Os itens antigos conferem cor e vida aos ambientes, tonando avolumetria mais interessante. O destaque do projeto de interiores é a escada desenhada como se fosse uma escultura e construída em espiral, Feita de alvenaria, pintada, e com pisadas em mármore branco. Ela domina toda a casa, criando um momento notável ao adentrar no espaço”.
Os vidros utilizados em boa parte do projeto ajudam na iluminação natural durante o dia. O restante da iluminação da casa torna-se clean com o uso de luminárias frame. O arquiteto destaca o pendente central da sala, que preenche o pé-direito duplo. Além disso, houve uma preocupação em valorizar a escada e a área de trabalho.
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