Criar espaços agradáveis para as atividades recreativas e de convivência dos hóspedes do Grande Hotel Senac São Pedro foi o principal objetivo da arquiteta urbanista Adriana Levisky (Levisky Arquitetos | Estratégia Urbana) ao projetar a Nova Área de Lazer do empreendimento.
Começamos a pensar em como poderíamos trabalhar a questão de lazer e entretenimento ligada à água, e nessa investigação com o Senac surgiu a possibilidade do parque aquático Adriana LeviskyAlém de ambientes projetados para convivência social, lazer e estar ao ar livre, ora sombreados por pergolados, ora descobertos e arborizados, o novo espaço recebeu um parque aquático desenhado para todas as idades com tobogãs e brinquedos que estimulam a diversão, além de oferecer total acessibilidade e conforto. O hotel está localizado em Águas de São Pedro, no interior de São Paulo.
A história começou, na verdade, no início da década de 1930, quando o Grande Hotel Senac São Pedro foi construído nessa estância hidromineral, após um grupo de investidores local ter descoberto as águas medicinais da região. “Houve um projeto estratégico para o plano diretor de desenvolvimento da cidade; e dentro desse arcabouço de ações estratégicas surgiu o hotel como uma estância balneária para tratamentos hidrotermais”, explica Levisky.
Mas só no final de 1960 essa construção art decô foi adquirida pelo grupo Senac com a intenção de transformá-la num hotel-escola. Com o passar dos anos, o aumento do fluxo de pessoas e estudantes só aumentou, assim como a vontade de ampliar e integrar o programa para melhorar o atendimento ao público.
Foi então que, em 2013, o escritório Levisky Arquitetos | Estratégia Urbana iniciou a concepção do projeto da Nova Área de Lazer que teve obras concluídas e sua inauguração em 2016.
A premissa para dar vida à Nova Área de Lazer do Grande Hotel Senac São Pedro foi promover a integração dos dois blocos destinados às atividades do hotel que originalmente estavam setorizados – a edificação principal e o espaço da piscina – de forma setorizada. A área de intervenção do projeto é de 15 mil m².
Na área do novo parque aquático, o elemento ‘água’ foi utilizado como referência devido ao contexto histórico entre o projeto e a região. “Começamos a pensar em como poderíamos trabalhar a questão de lazer e entretenimento ligada à água, e nessa investigação com o Senac surgiu a possibilidade do parque aquático”, pontua a arquiteta urbanista.
O novo parque aquático ganhou diversos equipamentos recreativos, como piscina, lâminas de água e toboágua. O projeto tinha como demanda criar uma área de lazer focada em crianças e adolescentes, por isso a intenção foi organizar um programa descontraído e aconchegante.
Cada um dos equipamentos aquáticos tem uma especificidade de funcionamento com relação à vazão, lâmina e interligação dos canais de água entre um brinquedo e outro. As pequenas piscinas e lâminas d’água que foram propostas precisavam estar balanceadas em todo o projeto, principalmente na engenharia hidráulica.
Levisky explica que foi um trabalho muito minucioso no que se refere às questões das instalações e das compatibilizações. Além disso, a montagem de cada aparelho foi extremamente precisa.
As áreas de contemplação e de lazer ao livre estão integradas ao conjunto das praças que, por sua vez, são unidas aos decks e, ainda, aos espaços de convivência voltados às atividades recreativas em áreas externas e internas. Trata-se de um conjunto que conecta os volumes das edificações.
Alguns desses espaços de entretenimento ao ar livre foram sombreados com pergolados e outros descobertos e arborizados.
Já as salas das atividades internas foram projetadas com um layout flexível, podendo ser organizadas de acordo com as características do curso ministrado no momento. Os fechamentos são em divisórias retráteis de vidro incolor, uma solução que permite ampliação espacial e integração aos ambientes externos, ao mesmo tempo em que capta iluminação natural para os ambientes internos.
É um jardim sobre laje e todo esse sistema de preservação de água também é de retroalimentação, que rega o próprio jardim. Tanto ele quanto o deck criam um tipo de ‘colchão’ de isolamento que contribui para a melhora do conforto térmico nas edificações Adriana LeviskyO projeto conta, ainda, com sala para música, salão de jogos, brinquedoteca, arquibancada onde as crianças podem fazer apresentações e alguns espaços de múltiplo uso.
Todos os materiais escolhidos para as áreas do parque oferecem segurança e conforto durante as brincadeiras. Por exemplo, nas regiões alagadas, os pisos foram revestidos com um material antiderrapante, térmico e macio, além de outros, como fibra e polímeros.
Para se parecer com uma grande praia, um dos lados recebeu piso poroso, pois se assemelha com a areia. “Chegamos numa solução granular emborrachada, com tons variados, dando um pouco essa leitura da marca d’água na areia”, completa a arquiteta urbanista.
A madeira é um elemento extremamente importante no projeto, pois garante uma condição de calor e aconchego aos ambientes, além de fazer integração com o bosque.
A volumetria da Nova Área de Lazer do Grande Hotel Senac São Pedro foi projetada em harmonia com o terreno e o entorno do local.
O projeto de paisagismo, assinado pelo escritório Fany Galender Arquitetura e Paisagismo, manteve as árvores adultas existentes no terreno, e nova espécies foram plantadas para adensar a vegetação no local.
Há também uma laje de cobertura com piso elevado. “É um jardim sobre laje e todo esse sistema de preservação de água também é de retroalimentação, que rega o próprio jardim. Tanto ele quanto o deck criam um tipo de ‘colchão’ de isolamento que contribui para a melhora do conforto térmico nas edificações”, conclui Levisky.
Edifício Jcândido, por Oficina Conceito Arquitetura
Casa Mirante, por FGMF Arquitetos
Casa Tijolo, por B.Magalhães
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