Uma planta formada por três volumes justapostos, porém, bem-definidos originam a casa de campo localizada na Fazenda Boa Vista, cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo. Com implantação centralizada, a residência ocupa uma área de 715 m², em um terreno com metragem total de 2.460 m². Ao aproveitar os desníveis do lote, os arquitetos do escritório Jacobsen Arquitetura possibilitaram a construção de dois pavimentos formada pelos blocos sobrepostos.
“Nossa inspiração partiu do desejo de trabalhar uma composição de volumes puros, bem característicos da arquitetura contemporânea”, explicam Paulo Jacobsen e Bernardo Jacobsen. Assim, cada bloco interliga o programa triplo que cria três pátios independentes: um de acesso e estacionamento, outro de lazer, para o qual a parte social está voltada e, por último, o pátio dos fundos, contemplado através da circulação dos quartos. A solução vai de encontro ao desejo dos moradores – um jovem casal com dois filhos –, que pediram uma morada com um programa enxuto.
Desde o exterior, é possível notar a assimetria presente nas fachadas, que se desdobram em vários níveis de piso e de teto, criando diferentes relações com o jardim. Ora é possível acessar a edificação diretamente, ora a casa encontra-se solta no solo. “Vale observar que ela é ligeiramente suspensa do terreno, de forma quase imperceptível”, comenta Marcela. As diferenças continuam no interior, caracterizado por um rico jogo de vários pés-direitos altos, diferentes planos e recortes, e um passeio único.
De acordo com a escolha dos materiais usados na obra, cortes, aberturas e vedações precisas direcionam o olhar para apreensão do espaço. Rampas, escadas e terraços organizam o partido, no qual a iluminação natural penetra facilmente, através do dômus da cobertura.
Logo na fachada social e na parte íntima, a arquitetura contemporânea é denunciada por meio do amplo uso da madeira nacional cumaru. O material foi amplamente utilizado nos painéis ripados verticalmente, combinado aos muros de pedra caverna bruta ou em parceria com os panos de vidro na sala.
“Os níveis de fechamento variam de acordo com a função dos espaços internos e a necessidade de abertura e privacidade. Utilizamos muros de pedra para a fachada exterior, painéis vazados de madeira para a parte íntima, e portas de vidro nas salas”, conta Paulo. Quando aplicada nos forros das áreas de circulação e da varanda, a madeira cumaru tem a função de filtrar a luz natural proveniente da cúpula da cobertura.
Já que o projeto não tem beiral externo para proteger a fachada dos quartos da insolação direta do sol, a pele de madeira presente na varanda e a pele de vidro nos quartos desempenham esta função, funcionando como um beiral para a casa.
Com um programa enxuto e bem-resolvido, a Residência MDT concentra no térreo o acesso, estar, serviço, a suíte máster, além de três outras suítes, uma delas de hóspedes. No pavimento inferior, à primeira vista, a área molhada reina absoluta, abrigando a piscina, revestida de pastilhas na cor verde. Os vestiários e a sala de brinquedos para as crianças também ocupam parte do andar.
As varandas dos quartos são integradas. Sem decoração de interiores, apenas a marcenaria foi executada pela Jacobsen Arquitetura. Árvores frutíferas e palmeiras dão vida ao entorno na piscina, enquanto os gramados formam grandes pátios. O paisagismo com foco bucólico foi um pedido dos moradores.
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