Texto: Naíza Ximenes
No coração do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, está o Edifício Pulse Offices — um prédio que, desde o início, foi pensado para ser diferente das construções no entorno. Projetado pelo escritório Jacobsen Arquitetura, a obra é de cunho comercial e se destaca não só pela grande lista de amenidades, bem como pelo design, que chama atenção de todos que passam por ali.
A lista de vantagens associadas ao edifício é longa, a começar pela localização. Cercado por uma grande infraestrutura — que inclui bancos, supermercados, restaurantes, o Parque do Jardim Botânico e o Parque Lage —, o Pulse Offices tem, da sua cobertura, um dos melhores visuais da cidade: a vista privilegiada para o Cristo Redentor. Além disso, ainda fica em um dos últimos bairros nobres da Zona Sul carioca com valor reduzido do metro quadrado.
Mas este não é o único benefício de ocupar um espaço do Jardim Botânico. O bairro tem sido alvo de uma forte modernização de infraestrutura comercial e imobiliária nos últimos anos, fazendo com que a revitalização das fachadas e prédios fique gradativamente mais perceptível. E, para refletir essa conduta, nada mais justo que projetar um prédio em conformidade com as novas tendências.
Pensando nisso, os arquitetos optaram por uma estética propositalmente incomum, diferente dos prédios vizinhos em termos de forma, materiais e cores. Os sete andares do edifício têm lajes de 574 metros quadrados e uma fachada marcada por vidros com filtro de opacidade. Assim, o prédio não fica tão transparente, nem tão opaco.
“A nossa proposta era criar uma construção translúcida, mas não completamente transparente”, explica o escritório. “Um objeto etéreo e silencioso e que se destacasse sutilmente durante a noite, como uma lanterna de luz bem fraca. É diferente dos prédios residenciais, que ficam apagados, ou dos prédios comerciais, que possuem muita luz.”
A equipe de arquitetos apostou em um conceito que une o comercial e o corporativo em uma única proposta, já que o andar térreo foi adaptado para abrigar nove lojas diferentes e movimentar o mercado local. Cada uma delas tem um jirau — uma estrutura sob a construção que evita a interação com água e, consequentemente, a umidade — e uma face para a rua.
Do segundo ao sétimo pavimento, há 26 salas por andar, totalizando 156 unidades. Elas variam entre 19,17 e 25,98 metros quadrados e tem flexibilidade para serem interligadas em um único projeto, caso seja da vontade do proprietário. Cada sala tem direito a uma vaga nos dois subsolos, onde fica o estacionamento. Vale ressaltar que todas as salas do segundo pavimento possuem terraços.
São três elevadores sociais, espaços comunitários para reunião, um auditório, espaço fitness e um café na cobertura, onde a cidade atua como uma grande paisagem. No total, o terreno tem 1.050 metros quadrados, ao passo que a área construída totaliza 8.250 metros quadrados.
Outro destaque da fachada são os beirais em alumínio preto fosco, nos últimos cinco pavimentos. Segundo a equipe de arquitetos, eles protegem da insolação, equilibram a verticalidade do exterior do prédio, permitem maior controle de iluminação e temperatura, e, associados aos vidros móveis, deixam o minimalismo da construção mais dinâmico, permitindo maior interação entre interior e exterior do prédio. Nos andares inferiores restantes, ao invés de beirais, a escolha foi por brises, que também são de alumínio preto.
O andar térreo, por sua vez, é totalmente integrado com o exterior através de portas de vidro de correr, que, além de criarem independência entre os andares, integra os ambientes circundantes ao espaço.
No interior, a aposta foi em revestimentos rebuscados. No piso, o material escolhido foi o granito São Gabriel, com acabamento escovado em um tom acinzentado. Na parede, painéis de madeira freijó compõem o visual. “A proposta era utilizar materiais naturais para humanizar e dar aconchego às áreas comuns e de circulação”, completa o escritório.
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