No topo de uma falésia, nas proximidades da cidade de Trancoso, Bahia, a alma brasileira se mostra Este é o diferencial do projeto. O fato dele ter sido dividido em blocos distintos foi fundamental. Outro fator é a própria topografia do terreno, que se encontra entre uma falésia e um vale, no ponto mais alto e visível do entorno. Procuramos fazer uma arquitetura que desaparecesse na paisagem. Daí o uso de materiais naturais e formas construtivas vernaculares Paulo Jacobsen em uma casa tipicamente baiana, feita para um casal de paulistanos em busca de uma vida tranquila. A morada permite a vista do litoral em um ângulo de 180 graus, e a estrutura de toras de madeira e cobertura em taubilha têm o objetivo de reduzir a interferência da arquitetura na paisagem, inserindo-a na linguagem construtiva local. Desenhada pelo arquiteto Paulo Jacobsen, ela é um convite a um estilo de vida mais relaxado, como se fosse uma atrativa fazenda baiana com blocos independentes e funções distintas. “Trata-se de uma residência de veraneio especialmente pensada para reunir os amigos em um contexto baiano, isto é, com bermuda e sandália”, teoriza o arquiteto Paulo Jacobsen, fazendo referência à antiga busca dos profissionais do escritório Bernardes+Jacobsen Arquitetura por uma arquitetura étnica. “Buscamos inspiração nas casas projetadas por nós na década de 1980, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
Com um extenso programa, acomodado no terreno de 1 mil m², a casa se divide em cinco construções independentes. A principal, com área social – estar, jantar e cozinha – e suíte máster, é interligada ao pavilhão de lazer através da piscina e espelhos d'água; o bloco de lazer dotado de área gourmet, varanda de apoio e piscina; o de serviços, que abriga o caseiro; e mais dois bangalôs para hóspedes.
Mesmo com uma grande área a construção não interfere muito na paisagem. “Este é o diferencial do projeto. O fato dele ter sido dividido em blocos distintos foi fundamental. Outro fator é a própria topografia do terreno, que se encontra entre uma falésia e um vale, no ponto mais alto e visível do entorno. Procuramos fazer uma arquitetura que desaparecesse na paisagem. Daí o uso de materiais naturais e formas construtivas vernaculares”, expõe o arquiteto.
A máxima integração faz parte das soluções interessantes de layout. A suíte máster abriga em um mesmo espaço o quarto, a sala de estar e os banheiros – todos interligados. Com ousadia, o banheiro abre-se para o quarto por meio de painéis de correr.
Além do uso de madeira certificada na estrutura, os arquitetos consideraram o mínimo de alteração da topografia local, aproveitando a luz e os ventos naturais. Assim o ar-condicionado está presente apenas nos quartos. “O conforto térmico das áreas sociais é garantido pela ventilação cruzada e pela sombra do beiral de 2 metros”, explica Paulo.
As fachadas nascem da disposição dos pilares da estrutura e são feitos a partir de módulos iguais. A O conforto térmico das áreas sociais é garantido pela ventilação cruzada e pela sombra do beiral de 2 metros Paulo Jacobsen partir desses pilares são projetados os painéis de fachadas, também com a mesma dimensão. Muda apenas a forma como se apresentam em cada ambiente. Nos dormitórios, viram venezianas, para proporcionar mais privacidade e controle de luz. Nos ambientes sociais são folhas de correr de vidro que permitem a vista para o mar.
O gramado de lazer próximo à casa ostenta coqueiros de sombra e vegetação mais densa à medida que se avizinha dos bangalôs. “Esta é também uma forma de resguardar a intimidade”, alerta Paulo Jacobsen. Sob os bangalôs suspensos, foi utilizada a vegetação rasteira.
Entre os materiais utilizados estão a palha de dendê, que compõe o forro, e as telhas de taubilha – material artesanal e ecológico, feito com sobras de massaranduba, seringarana e guajará – usadas na cobertura. Ambos imprimem linguagem praiana ao projeto. Esquadrias de madeira e venezianas são de madeira. Na piscina, o revestimento com pedra da Indonésia remete à cor do mar da Bahia.
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