Design limpo, amplitude, simplicidade, sacadas generosas, eficiência energética e uma posição fantástica. É assim que o arquiteto Luiz Eduardo Indio da Costa, titular do escritório Indio da Costa A.U.D.T., descreve o projeto. “Ela funciona como um mirante no meio de uma floresta. A partir de sua varanda é possível enxergar todos os ícones do Rio de Janeiro: a Baía da Guanabara, o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, a lagoa Luiz de Freitas, o Morro Dois Irmãos, a Pedra da Gávea, Ipanema e o mar”, conta.
O autor do projeto confessa que todas essas paisagens, de alguma forma, determinaram a solução arquitetônica da casa. Com três andares, a estrutura parece enterrada na vasta mata atlântica. O acesso é feito pelo nível intermediário, onde ficam as salas. Abaixo estão os quartos dos filhos e a parte íntima da família, e acima está o apartamento do casal, com acomodações independentes, que reúnem até uma pequena piscina.
Além do posicionamento privilegiado, a Residência Mata Atlântica carrega um princípio de sustentabilidade. A construção tem no centro um rasgo vertical e horizontal por onde entram luz e ar. “Com esta solução arquitetônica, os espaços se intercomunicam, a morada torna-se bem iluminada e, evidentemente, consome menos energia”, relata Indio.
Outros recursos que visam o conforto térmico e a economia de energia foram projetados. Nas varandas, coberturas e aletas se movimentam, painéis deslizam eletronicamente por fora da casa e venezianas gigantes tomam conta da fachada. Indio comenta que a vantagem dessas soluções está no maior controle da luz externa. “Ao implantá-las, deixamos a cargo do morador decidir se quer mais ou menos iluminação, se deseja enxergar a paisagem sem ser agredido por ela”.
Ainda pensando no conforto térmico e na economia de energia, o arquiteto projetou beirais por toda a construção. “É algo que eu uso muito, de grande importância na arquitetura tropical, pois o beiral faz uma transição natural do interior para o exterior da casa”, conta.
Com os rasgos verticais e horizontais os espaços se intercomunicam, a morada torna-se bem iluminada e, evidentemente, consome menos energia Luiz Eduardo Indio da CostaA relação entre a arquitetura e a arte é um elemento determinante no projeto. Logo na entrada, há um grande painel refletivo feito pelo artista plástico e amigo da família Adriano de Aquino. Nele, o visitante e a paisagem incorporam-se à obra. “Foram usadas cores em degradê de azul do céu ao verde da floresta. E o fato de ele ser meio interativo – porque você se enxerga no painel – torna a obra parte da natureza”. Há, também, uma bela escultura de Franz Weissman, disposta estrategicamente no jardim.
Entre os materiais utilizados na construção – aço, alumínio, pedra e vidro – o mármore se destaca. Revestido, ele é usado em todo o piso da área social. Indio da Costa explica que ele unifica a casa. “Ele entra por todos os espaços, dando uma certa simplicidade. Não é o tipo de construção que você abre uma porta e tem uma surpresa, há sempre uma natural continuidade. Já na parte íntima usamos a madeira”.
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