Transferir uma empresa em pleno funcionamento e crescimento de suas atividades de uma cidade Por ser um dos grandes vilões dos gastos com energia, o ar-condicionado foi escolhido a dedo. A opção do sistema pelo piso garantiu menor consumo. Esse tipo de solução oferece instalação mais barata e muito mais flexível para o usuário, além de proporcionar economia de energia de até 25% Edo Rocha para outra não é fácil, ainda mais se a mudança envolver curto prazo e retrofit. A tarefa foi encarada pelo escritório Edo Rocha Espaços Corporativos, ao ser convidado pela empresa Frigorífico Friboi – do grupo JBS, maior conglomerado mundial do segmento da comercialização de carnes – para conduzir a implantação da nova sede.
A empresa deveria ser transferida da cidade de Andradina, interior de São Paulo, para a capital, a Vila Jaguara, na zona oeste da cidade, em menos de 6 meses. No local escolhido, existiam dois edifícios administrativos antigos, construídos na década de 1940, que pertenceram ao extinto Frigorífico Bordon. Em tempo recorde o escritório transformou o velho conjunto arquitetônico em um prédio moderno, com o máximo conforto ambiental e bem-estar para os mais de 500 funcionários. O resultado surpreende, agrada aos visitantes e transpira a sólida imagem da empresa Friboi.
“Não havia condições de reformar os edifícios sem o reforço da estrutura, porque eles foram erguidos depois da II Guerra Mundial, em uma época de escassez de materiais, com a improvisação de várias matérias-primas. Por exemplo: no lugar do aço, foi utilizado o ferro comum como alternativa para as estruturas e vigas de sustentação”, expõe Edo Rocha. A frágil e velha estrutura também acumulava sérios problemas na caixilharia e no telhado, com diversos pontos de infiltração.
Diante das condições, a opção pelo retrofit externo e interno dos dois edifícios originais exigiu dos arquitetos o desafio de projetar, detalhar, contratar, fiscalizar e entregar a obra no prazo exíguo. Era preciso reformar as fachadas e instalações de interiores completas; recuperar a estrutura e construir passarelas de integração entre os dois edifícios; e edificar um restaurante e uma cozinha, além de área de lazer e descanso. Tudo baseado em inovadores conceitos de prédios corporativos e equipados com as últimas tecnologias existentes.
O minucioso levantamento predial resultou em um trabalho de reforço estrutural de pilares, vigas e lajes. Paralelamente, aconteceram as obras de drenagem como o rebaixamento do lençol freático nos subsolos e a execução de taludes externos para aumentar a iluminação interna nos subsolos. As áreas envidraçadas pediram a aplicação de caixilhos e vidros novos, além da substituição do revestimento tipo fulget nas fachadas.
O próximo passo foi unir os dois blocos em uma única estrutura arquitetônica, conservando as árvores existentes. A solução demandou a instalação de uma estrutura metálica com vidros semelhantes ao das fachadas. Ao unir os dois prédios por meio de um interbloco de vidro, o arquiteto Edo Rocha abriu espaço logo abaixo da interligação para o planejamento de um enorme jardim de inverno, criado pelo escritório EKF – Arquitetura de Exteriores.
Plantas que proporcionam sombra, como a espécie sibipiruna, fazem parte das áreas ajardinadas. Bancos de granito, espelho d’água e uma escultura de autoria de Edo Rocha complementam o espaço destinado, principalmente, ao convívio dos funcionários. Feita em pilares redondos e telas de aço inoxidável, a escultura surge de uma base de granito negro, atravessa o espelho d’água e termina em balanço no jardim externo.
Com novos caixilhos de alumínio e instalação de uma pele de vidro laminado de alto desempenho como fechamento, o empreendimento reflete desde a fachada o estilo moderno da construção. O mesmo vidro foi utilizado no quarto pavimento do bloco 2, um andar totalmente executado em estrutura metálica, com o objetivo de aliviar a sobrecarga estrutural. Na cobertura, um moderno heliponto possibilita fácil acesso de executivos às instalações.
Aço escovado revestindo os pilares internos, carpetes em placas de fácil remanejamento, paredes Utilizamos conceitos de Green Building Council, que traduzem um edifício inteligente, cujo projeto engloba um trabalho completo e complexo de conservação dos três tipos de energia: elétrica, física-humana e água Edo Rocha pintadas em tons pastel e divisórias industriais de vidro e alumínio brilhante fazem parte dos acabamentos nobres adotados na arquitetura de interiores, que priorizaram a acústica. No projeto, forros e acabamentos de parede e piso tiveram tratamento especial. Em todas as áreas, o material do forro é de fibra mineral de modulação 625 mm x 625 mm, com NRC (coeficiente de absorção sonora) de 0.90, resistência ao fogo classe A e fixação à laje por perfis de aço galvanizado.
Por ser um dos grandes vilões dos gastos com energia, o ar-condicionado foi escolhido a dedo. A opção do sistema pelo piso garantiu menor consumo. “Esse tipo de solução oferece instalação mais barata e muito mais flexível para o usuário, além de proporcionar economia de energia de até 25%”, esclarece Edo Rocha.
O controle do sistema de iluminação é realizado por sensores de presença. “Utilizamos conceitos de Green Building Council, que traduzem um edifício inteligente, cujo projeto engloba um trabalho completo e complexo de conservação dos três tipos de energia: elétrica, física-humana e água”, conclui o arquiteto Edo Rocha.
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