A paisagem da cidade de São Paulo ganhou uma nova torre de 118 metros de gabarito com a exuberante forma de uma escuna com velas abertas, em pleno movimento no oceano. Considerado um ícone arquitetônico devido ao ousado desenho, a construção trabalha a volumetria para criar a forma náutica. As ‘velas’ nada mais são do que um sistema de duas amplas cortinas de vidro curvas, que revestem cada pavimento, envolvidas por aletas exteriores tipo ‘brise soleil’, usadas para controlar a luz solar. Já a alusão ao mar, no térreo, é dada por uma série de espelhos d’água. “O Infinity Tower emerge do centro de um dos espelhos e avança elegantemente na direção vertical, refletindo o contexto no qual se insere”, descreve o arquiteto Roberto Aflalo. O Infinity Tower emerge do centro de um dos espelhos e avança elegantemente na direção vertical, refletindo o contexto no qual se insereRoberto Aflalo
Localizado no Itaim Bibi – um dos principais bairros financeiros paulistas, próximo à intersecção das avenidas Faria Lima e Juscelino Kubitschek –, a construção está acima dos edifícios vizinhos. O projeto arquitetônico foi desenvolvido em parceria pelos escritórios Kohn Pedersen Fox Associates, dos EUA, e o paulistano Aflalo & Gasperini Arquitetos. Desde a fachada, o empreendimento triplo A – dotado de recursos tecnológicos avançados e alto padrão de acabamento – reflete toda a funcionalidade de cada solução empregada.
O desenho da fachada reforçada pelos brises lineares determinou laterais com 70 metros de raio, cuja face principal é inclinada. Cada pavimento é encerrado por duas amplas curvas simétricas que aumentam a área dos ambientes de trabalho na medida em que a torre sobe, maximizando o aproveitamento nos níveis mais altos. Enquanto isso, terraços privativos estendem-se de cada extremidade e possibilitam vistas panorâmicas para a avenida Paulista ao norte, e Faria Lima ao sul.
A torre de escritórios com 36.000 m² e 18 andares – lajes com medidas entre 1.850 m² e 2.000 m² – atinge o máximo de área construída permitida em São Paulo, ao mesmo tempo em que proporciona flexibilidade e eficiência para vários tipos de locação. Para atender as normas do corpo de bombeiros foram viabilizadas duas escadas de emergência sobrepostas.
A solução exigiu a otimização do espaço reservado ao core do edifício. Assim os arquitetos estabeleceram uma altura de piso-teto entre pavimentos de 3,20 m, já descontados os 20 centímetros usados para instalação do piso elevado. “A medida propicia um pé-direito livre além do convencional” reflete Roberto Aflalo. O layout do forro também contribui para a melhor ocupação dos espaços internos. Em gomos radiais com retículas ortogonais, ele dá origem a uma malha de trapézios possível de conectar as divisórias ao layout curvo.
O Infinity Tower estabelece um marco para o mercado nacional ao trazer padrões internacionais de construção correspondentes ou superiores aos de outras cidades globais, como Nova York, Londres e Hong KongRoberto Aflalo No topo, o edifício parece esculpido, pontuado por um heliponto na cobertura. No térreo, espelhos d’água, caminhos sombreados e jardins constituem uma praça semipública. A entrada coberta leva ao hall principal, com uma clara referência náutica: é cercado por água e acessado por duas pontes.
No interior, a parede de vidro alta e curva revela o desenho da fachada. A rica paleta de materiais usada nos detalhes e acabamentos seleciona granitos brasileiros e madeira cumaru.
Para Roberto Aflalo o projeto que acaba de obter a certificação LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design) Gold é um exemplo de qualidade: “O Infinity Tower estabelece um marco para o mercado nacional ao trazer padrões internacionais de construção correspondentes ou superiores aos de outras cidades globais, como Nova York, Londres e Hong Kong”, diz.
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