O dia a dia corrido de um casal de médicos pedia uma morada tranquila no interior. Após a aquisição de um terreno de 600 m² na cidade de Campinas (SP), eles convidaram a equipe do 24 7 Arquitetura para idealizar o projeto, que resultou na moderna e aconchegante Casa Quitandinha.
Um dos grandes desafios dos arquitetos foi dar conta de um declive bastante acentuado. Para aproveitar a configuração original do terreno, os ambientes se organizam em dois pavimentos: térreo e subsolo, que fica 3 m abaixo do nível da rua e abriga a área de lazer.
“Conseguimos atender o desejo dos moradores para o cotidiano. O resultado foi o terreno alongado em declive e com belíssima vista para a mata ao fundo”, conta o arquiteto Gustavo Tenca.
Visto da rua, um pórtico em madeira anuncia a escala modesta de uma casa térrea, mas ao passar pela porta de entrada é que a casa se revela Gustavo Tenca
A sala de estar se relaciona totalmente com o jardim interno, a área gourmet e a piscina com borda infinita que está abraçada pela extensa vegetação. A diversão fica por conta de um balanço, instalado quase no fim da laje, permitindo ganhar a altura ideal para contemplar a mata de um ângulo ainda mais privilegiado.
Os arquitetos assinam todo o design de interiores. A peça em maior destaque na morada é o armário amarelo que fica na sala de estar, funcionando como uma grande estante com nichos e, ao mesmo tempo, um armário para organizar os brinquedos das crianças.
A madeira cumaru foi bastante explorada no interior da casa e está presente no mobiliário, piso, forro e paredes. A residência segue um conceito contemporâneo combinado com elementos naturais – madeira, pedra e tijolo –, conferindo modernidade e conforto à família.
“Visto da rua, um pórtico em madeira anuncia a escala modesta de uma casa térrea, mas ao passar pela porta de entrada é que a casa se revela. O forro vai se inclinando, a casa se abrindo, a luz natural dando vida aos materiais e algumas folhas de palmeira surgem no vazio iluminado em ambas as laterais da casa”, explica o arquiteto.
A casa faz uso de um sistema construtivo misto que mescla madeira laminada colada, estrutura metálica e alvenaria tradicional. O telhado termoacústico e uma quantidade limitada de exposição de áreas envidraçadas ao sol garantem um excelente conforto térmico ao interior da edificação.
Para a iluminação, foram escolhidos spots com trilhos aparentes, o que trouxe para a casa uma luz mais focal e amena, dando destaque apenas para os elementos decorativos. Além disso, trouxe conforto para os proprietários, que trabalham o dia todo com a presença de uma iluminação muito forte.
O paisagismo da Casa Quitandinha tem aspecto bem natural e tropical. Para isso, foram utilizadas plantas nativas da mata atlântica e outras exóticas adaptadas, que além de conferir esse visual, permitem que o jardim se mantenha sem muita interferência. Entre as espécies utilizadas estão as bromélias, helicônias, filodendros e palmitos juçaras, além de um espaço para hortaliças com Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC´s) e canteiro elevado para temperos. O jardim se integra e permeia por todo o lar e se mistura com a área de preservação ambiental do entorno.
A madeira laminada é responsável pelo discreto volume da garagem, caracterizado por um conjunto de pórticos com 8 m de vão livre, que se estendem até o limite oposto para formar a entrada social da residência.
A fachada principal é composta por um pergolado de madeira laminada colada, que confere à casa uma escala térrea, escondendo a amplitude que se vê nos ambientes internos. Além disso, a presença marcante dos cobogós amarelos que marcam a entrada principal da residência.
A planta no nível da rua é cortada por um jardim interno iluminado e, ao mesmo tempo, protegido por brises com 6 m de altura. As aletas com inclinação oposta ao sol quebram a radiação direta e dão privacidade em relação aos vizinhos.
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