Um antigo casarão, construído em 1917 no bairro portoalegrense da Cidade Baixa, foi reformado pelo escritório Hype Studio para abrigar sua nova sede e também a segunda unidade da cafeteria Café República. A união de dois usos distintos resultou no República 358 – um local que respira vida urbana com muito café e arquitetura.
Como comenta a equipe de arquitetos, a ideia surgiu no final de 2015 com o desejo de trabalhar numa região ligada à história do escritório. Cidade Baixa é um bairro de Porto Alegre (RS) que se caracteriza pela grande quantidade de bares e pela proximidade do campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Por essas e outras razões, o lugar apresenta intenso caráter urbano.
“Essa era a oportunidade de vivenciar ainda mais a cidade. Ali, colocaríamos em prática alguns conceitos nos quais acreditamos e que buscamos em nossos trabalhos”, escreve a equipe no memorial descritivo do projeto República 358.
Decidido a conceber um projeto com identidade urbana, a Hype Studio convidou o Café República para implantar sua segunda unidade no térreo do velho casarão. A primeira casa da cafeteria, que fica na mesma rua República, tem um estilo de “casa de vó”, mas com essência urbana. Para o novo local, esse conceito cosmopolita engloba, ainda, a valorização da cultura do café, com espaços que permitem às pessoas observarem os métodos de preparo e a qualidade dos grãos. Com a leve mudança de proposta, a cafeteria Café República ganhou a sigla Cup.
De acordo com o escritório, o edifício já havia sido recentemente restaurado pelo proprietário. Foram restauradas fachadas, cobertura, esquadrias e pisos de concreto; e instalada uma escada em estrutura metálica.
Como a alvenaria aparente estava em mal estado, a Hype Studio optou pela pintura na cor branco fosco, contribuindo para clarear o espaço e conservar a textura do material. Em contrapartida, o térreo é riscado com a cor original das paredes.
No interior, as paredes que dividiam os ambientes foram mantidas, porém, os rebocos do hall de entrada e da sala de reunião térrea foram restaurados. Construídos em drywall, os banheiros foram revestidos em compensado naval (mesmo material aplicado no piso do segundo e do terceiro pavimento).
Estabelecendo a ligação entre a cafeteria e o escritório de arquitetura, surge a escada também executada em compensado naval. Ela explora o amplo pé-direito da casa, favorece o melhor aproveitamento do térreo e do segundo piso, além de conduzir a vista para um vidraça que se volta para a rua. Essa intervenção somente foi possível com a retirada da escada existente, fabricada em estrutura metálica.
Logo no hall do escritório, observa-se a cobertura feita com telhas metálicas, que foi inteiramente revestida com gesso acartonado e pintada de branco. Entre as tesouras, o forro liso exerce a função de isolamento termoacústico e de difusor do sistema de iluminação indireta.
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