Ousada e totalmente fora dos padrões encontrados em projetos de arquitetura corporativa, a nova sede da Hypermarcas – empresa de bens de consumo – tem um layout amplo, transparente e com os três pavimentos integrados através de um átrio com arrojado pé-direito triplo de 11 metros de altura. Neste vão, uma escada leve, com guarda-corpo de vidro, conecta os espaços e contribui para a leveza conceitual do ambiente.
Ao abrir a laje e conectar os três pavimentos criamos uma sinergia entre os departamentos e profissionais das áreas da empresa Douglas TolaineLocalizada na Torre Continental do Cidade Jardim Corporate Center, na marginal do rio Pinheiros em São Paulo, a Hypermarcas ocupa uma área de mais de 4.500 metros quadrados entre o 23º e 25º andar. O projeto arquitetônico, desenvolvido pelo escritório de arquitetura RoccoVidal Perkins+Will, tem os arquitetos Luiz Fernando Rocco, Fernando Vidal e Douglas Tolaine como autores. “Ao abrir a laje e conectar os três andares criamos uma sinergia entre os departamentos e profissionais das áreas da empresa”, explica Douglas Tolaine.
O edifício oferece uma estrutura no perímetro da laje e no core central. Isso possibilitou aos arquitetos trabalharem com um layout em open space, com as áreas de trabalho abertas e totalmente integradas, sem pilares intermediários. Apenas as salas de reunião e de diretores são fechadas por divisórias piso-teto transparentes de vidro, com faixa decorativa – com cores que mudam de um lugar para outro na porção central. Embora as paredes envidraçadas isolem o ambiente acusticamente, elas ainda favorecem o contato visual entre os colaboradores.
Nos andares, o layout segue a filosofia e estratégia da empresa. As salas dos diretores e uma parcela dos espaços de reunião ocupam as extremidades da planta, seguindo o alinhamento das fachadas. Já as equipes de trabalho tomam o centro aberto, em baias únicas e enfileiradas, sem delimitação de espaço. “Esse posicionamento favorece a comunicação entre líderes e equipes. Sempre que precisarem chegar às suas salas, eles terão a oportunidade de passar e interagir com os colaboradores até alcançarem o destino”, reflete Tolaine.
O 23º andar concentra os ambientes que propõem maior integração com visitantes e stakeholders. Sendo o primeiro dos três pavimentos, ele naturalmente facilita o fluxo de trabalho. As duas recepções acessam as salas de reuniões, a presidência e os postos de trabalho especiais, locados em pequenas salas e para processos colaborativos.
A área de café, em vez de se manter isolada em um cantinho da empresa, faz parte da recepção – o cartão de visitas de toda a corporação. Esse tratamento diferenciado reflete-se, também, no mobiliário do espaço. Ao contrário de mesinhas, balcões e banquetas, há estofados amplos e confortáveis, disposto no centro, mas sem atrapalhar a circulação. Nas extremidades, uma grande estante na cor branca com nichos coloridos destaca-se. O arquiteto Douglas Tolaine conta que foram usadas as cores primárias. “É uma referência à obra do pintor holandês modernista Piet Mondrian. As tonalidades fortes também aludem à logomarca do grupo”.
Os matizes expressivos marcam presença em volta do core, nas diferentes tonalidades de carpete em placas. Já a marcenaria neutra, feita sob medida, acompanha o perímetro do grande espaço aberto. A estante de madeira laqueada, com design dos arquitetos, disponibiliza nichos para expor produtos, TVs utilizadas na comunicação interna, impressoras e armários individuais usados diariamente pelos colaboradores.
Esse posicionamento favorece a comunicação entre líderes e equipes. Sempre que precisarem chegar às suas salas, eles terão a oportunidade de passar e interagir com os colaboradores até alcançarem o destino Douglas TolaineA comunicação e identidade visual encontraram morada nas estruturas metálicas, que viraram ponto de referência e convivência para visitantes e funcionários. Os móveis na cor branca seguem uma linha neutra com sutis detalhes na mesma cor das faixas das divisórias de vidro. Com estações de trabalho ergonômicas e flexíveis, a Hypermarcas privilegia o conforto dos usuários. “Não há hierarquia de cadeiras, todas são iguais, pois devem promover a mesma ergonomia para todos”, finaliza o arquiteto Douglas Tolaine.
Para aqueles que chegam ao edifício e se direcionam às salas de reuniões, presidência e postos de trabalho especiais há um acesso principal pelo pavimento central, no 24º andar. São duas recepções que atendem com objetividade stakeholders externos, sem precisar transitar por toda a empresa.
O fato de ocupar três andares de um edifício corporativo poderia tornar o projeto 100% movido por soluções tradicionais de sistemas de iluminação. Mas não. A claridade nos espaços também é trabalhada por meio da reflexão. Há no forro uma grelha que direciona a luz para cima e ilumina o ambiente. A acústica encontra o equilíbrio no carpete em placas distribuído por todo o site.
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