A RAF Arquitetura assina o projeto arquitetônico da nova unidade da Rede D’or, o Hospital Copa Star, destinado às áreas de Neurocirurgia e Cirurgia Cardíaca. Entregue no segundo semestre de 2016, o edifício está localizado no bairro de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, em frente ao Hospital Copa D’or – revitalizado pelo mesmo escritório de arquitetura em 1997.
Portanto, quanto mais nobre o material usado, mais durável Flávio KelnerO programa hospitalar conta com 150 leitos – 45 UTIS e 105 apartamentos –, nove salas de cirurgia e um parque diagnóstico de alta tecnologia, um convidativo lobby na entrada do edifício e um restaurante aberto ao público.
Como o Hospital Copa Star foi implantado numa região que pertence à APAC (Área de Proteção do Ambiente Cultural do bairro Peixoto), os arquitetos procuraram fazer com que o edifício dialogasse com o entorno, sem quebrar nenhuma jurisdição, mas também sem ocultar o seu lado institucional.
Algumas das regras impostas pela área de proteção trouxeram desafios ao projeto, a começar pelo fato de que os edifícios precisavam ficar pareados entre eles. Como o programa hospitalar era bastante denso – dado seu amplo conjunto de atividades e aparelhagens e seu intenso fluxo de pessoas – duas estruturas foram projetadas, uma na parte de cima da rua e outra na parte de baixo, com a mesma metragem (2.797 m²), como se fossem dois prédios.
O arquiteto Flávio Kelner, um dos autores do projeto, explica que, devido à legislação da zona, a altura máxima da torre é de 15 metros. “O pé-direito de um hospital precisa ter no mínimo 4 metros cada. Contando que o edifício tem quatro andares, totalizaria 16 metros. Precisamos baixar um pouco para a altura ficar compatível com o número de andares. Apesar do grande volume de instalações e da restrição de altura, a arquitetura foi preservada”, conta.
O maior desafio para a construção do Hospital Copa Star foi atender à grande demanda do programa em um espaço delimitado. O layout conta com um extenso planejamento setorizado que encaixa cada sessão em seu canto, deixando o paciente à vontade e se sentindo bem recebido.
O restaurante, chamado de “âncora” do hospital, foi projetado para fazer os visitantes se sentirem em outro espaço, transmitindo uma atmosfera mais leve do que a que se costuma perceber em ambientes hospitalares.
Além disso, ambientes de estar foram distribuídos pelos andares para os acompanhantes dos pacientes, e espaços privados foram criados para atender médicos que ali atuam.
A infraestrutura do Hospital Copa Star é extremamente tecnológica, com salas híbridas e salas para neurocirurgias, com equipamento de ressonância magnética integrado, medicina robótica e telemedicina.
O custo anual para manutenção de um hospital é quase tão alto quanto sua construção. “Portanto, quanto mais nobre o material usado, mais durável” menciona Kelner.
Assim, áreas que precisam transmitir acolhimento ganharam pisos de manta vinílica. Outras em que o fluxo é intenso receberam porcelanato extrafino, que é de fácil manutenção no dia a dia.
Cores neutras como bege e tons amadeirados foram aplicados para dar um toque simples aos espaços, apesar da sofisticação característica do Hospital Copa Star.
O uso de esculturas, painéis de azulejo e quadros possibilita que os visitantes tenham uma experiência diferente a cada ambiente frequentado. Os quartos voltados para o prisma permitem o encontro com uma obra de arte em azulejo na parede externa do pátio, assinada pelos designers do Coletivo MUDA. “Quem está na sala de espera observa a parede verde e quem está andando pelos corredores se depara com as esculturas do artista plástico Yutaka Toyota, que fazem parte do acervo particular do proprietário da rede D’or”, descreve o arquiteto. O painel artístico é de autoria de outro autor do projeto arquitetônico, o arquiteto Rodrigo Sambaquy, sócio na RAF Arquitetura.
Os panos de fachadas refletem seus usos internos; assim, enquanto os quartos são emoldurados por varandas, a área técnica de centro cirúrgico recebe fenestrações mais pontuais.
O projeto buscou soluções para controlar a forma como a luminosidade entra nos ambientes e promove seu aquecimento. A intenção era encontrar um layout que permitisse a entrada de luz natural tanto nos quartos quanto nos corredores, possibilitando uma percepção boa para os pacientes e funcionários do Hospital Copa Star, amenizando o estresse e criando um espaço mais aprazível.
Contratada para dar consultoria na parte de iluminação, a empresa Senzi Ligting optou por não fazer as instalações de iluminação no teto, e sim nas paredes e portas. “A percepção visual se altera ao caminhar pelos espaços, porque elas não estão na linha do teto, e sim da parede”, aponta Kelner.
Nos quartos, um dossel foi colocado em cima de cada leito, de modo que a iluminação fique concentrada nas cabeceiras.
Um bom tratamento acústico é item fundamental em um ambiente hospitalar, de modo a preservar a privacidade médico-paciente nos quartos e consultórios. Sem um tratamento adequado para forros, paredes ou pisos, é possível ouvir conversas, barulhos e todo o tipo de incômodo.
Para uma consultoria acústica detalhada, o RAF Arquitetura firmou mais uma parceria, dessa vez com Roberto Thompson Motta.
A rua Figueiredo de Magalhães, onde fica a entrada principal do Hospital Copa Star, tem um fluxo intenso de veículos e pessoas, por isso Motta optou por usar esquadria de alumínio, que ajuda a barrar ruídos impertinentes.
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