“Nos dias claros conseguimos ver através dela o mar de montanhas ondulando até 60 km na paisagem”. É assim que o arquiteto Gustavo Penna descreve a casa que projetou com formato quadricular e um grande cubo de vidro no centro. A residência, localizada no município mineiro de Nova Lima, chama a atenção pela transparência e sua beleza impactante percebida desde a grandiosa entrada – composta por uma passarela de madeira que atravessa um espelho d’água.
De acordo com o arquiteto, a casa foi projetada visando a contemplação da natureza. Acima do cubo transparente que abriga a sala – com pé-direito alto – foi implantada uma caixinha de vidro menor, ultrapassando o nível da laje. “A sala ganha uma visão horizontal linda. Através dessa caixinha é possível ver um pássaro voando, ver a lua. Podemos ver a chuva chegando e indo embora. Temos a sensação de estar em um lugar mágico, percebendo toda a movimentação da natureza do entorno. Essa cápsula para percepção da paisagem é muito interessante”, ressalta.
Não existem relações muito distantes entre os pontos da residência. Penna explica que pelo fato de ser quadrada, criou-se uma espécie de centralidade com a integração parcial dos cômodos. “O tempo todo é possível saber o que está acontecendo na casa. Temos notícias por fendas, por visadas, por passagens”, detalha o arquiteto.
Com quatro quartos, a casa tem seu cubo de vidro separado do quadrado por um jardim. Ao entrar, os moradores encontram uma parede principal, que separa a área íntima da sala de jantar e serviços. “A casa funciona com uma circulação interna; possibilita uma circulação ao redor da sala de estar”, completa.
Vidro e madeira são os materiais predominantes na residência. De acordo com o arquiteto, eles começam a ser percebidos desde a entrada. “O estrado de madeira é como um tapete. Tem início na calçada e vai seguindo, atravessa o gramado, vira uma pequena ponte que convida à porta. No final do percurso, quem entra é contemplado com a visão da sala transparente que oferece a paisagem inteira, repleta de montanhas”, destaca.
As janelas amplas permitem que a residência receba luz e os fluxos de vento constantemente sem fazer uso de equipamentos de refrigeração. Elas podem ser abertas para refrescar os ambientes e fechadas para dosar a entrada em dias muitos frios. De acordo com Penna, ‘a morada acolhe as pessoas e faz essa meditação. Ao mesmo tempo em que protege, enquadra o mundo e define uma moldura para aquela paisagem’.
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