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Residência Maestro

Residência Maestro
Num lote de 230 m², a Residência Maestro é fiel a elementos originais, design puro e estética límpida. Por Guelo Nunes Arquitetura. Imagens: Fran Parente
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Pureza sinérgica

Texto: Giullia Souza

Ressignificar é um verbo que define bem o processo de reforma da Residência Maestro, assinada pelo arquiteto Guelo Nunes. Os desejos dos moradores eram simples: queriam minimizar a área construída, resgatar a volumetria original e envolver a casa com muito jardim.

Em busca do local perfeito para viver em família e receber os amigos, os proprietários entregaram a residência recém-adquirida nas mãos de Guelo, que logo entendeu que a reestruturação precisava ser total. De acordo com ele, as alvenarias no pavimento inferior interrompiam as conexões dos espaços internos e a ligação deles com o exterior da casa. No pavimento superior, a distribuição era feita de forma ruidosa e segmentada, em ambientes pequenos e com pouca qualidade.

“Ao estudar a modulação original da casa, percebi que o espaço antes destinado à sala era muito estreito, o hall de circulação muito generoso e a área da cozinha e sala de jantar grandes demais. Deste estudo, surgiu a ideia da inversão completa do projeto: hoje a cozinha está no espaço do estar, o jantar ficou na área do antigo hall e o estar ocupa o lugar onde eram cozinha e jantar”, conta o profissional.

O novo layout também resolveu questões da área de lazer. O quintal do fundo da casa deu lugar a um belo jardim, agora conectado ao estar. A entrada, antes tímida pela lateral da casa, passou a ser feita pelo pátio que existe entre a edícula e o bloco principal.

Ladeando a escada de acesso à esta edícula, uma grande parede construída de elemento cerâmico vazado recebe alta incidência de iluminação solar durante o dia, evidenciando a passagem do tempo através do seu jogo de luz e sombra. Ao mesmo tempo, a proposta cria um fundo elegante e dinâmico para a sala de estar, inclusive à noite.

Tijolos originais e imperfeições propositais Foto: Fran Parente

A fachada da casa foi inteiramente descascada, expondo os tijolos originais e suas imperfeições, assim, da forma mais pura, sem restauro algum. Para não evidenciar o fechamento do vão das antigas aberturas e realizar as novas, além de oferecer melhor proteção solar aos caixilhos, caixas metálicas pretas com 30 centímetros de profundidade foram instaladas e agregadas às empenas de mesma cor, formando elementos horizontais organizadores.

Por dentro

Para contrastar com este exterior rústico, o interior da casa recebeu revestimentos e acabamentos genuínos, sem interferências. Aqui, a proposta foi encontrar soluções de acabamento e design que fossem de baixo custo, sem perder a estética sofisticada e clean.

O piso do pavimento térreo é a própria laje depois de passar por raspagem e tratamento. Garantindo uma leitura fluida do espaço, as paredes e forros brancos eliminam qualquer excesso de informação, além de evidenciarem as molduras escuras que conectam com a vista de fora. Na cozinha, a pedra de acabamento bruto junto à madeira que compõe a marcenaria da ilha equilibra o cenário e reforça o conceito projetual.

O segundo pavimento também recebeu modificações pontuais. Um banheiro foi criado, o layout dos quartos revisto, o banheiro da suíte redimensionado, o piso original restaurado e as aberturas expandidas, favorecendo a ventilação e iluminação naturais como em toda a residência.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2019
  • Conclusão da obra: 2020
  • Área do terreno: 230 m²
  • Área construída: 180 m²

Ficha Técnica

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