Trabalhar e morar sem a preocupação diária com o trânsito caótico de uma grande cidade como São Paulo ainda parece um sonho impossível. Mas cada vez surgem mais projetos com o conceito mixed use, um prédio ao mesmo tempo residencial e comercial, dotado de infraestrutura completa. Esse é um exemplo de empreendimento que substituirá nas pessoas o desconforto de ‘perder tempo’ pelo prazer de desfrutar de um condomínio sofisticado e seguroIuriê Frank, arquiteta “O uso misto de um edifício é comum em grandes metrópoles como Nova York, Londres, Tóquio, Singapura e Dubai, pois o conceito já vem sendo explorado há cerca de 40 anos”, ressalta Iuriê Frank, do escritório Itamar Berezin, que elaborou o projeto arquitetônico do Horizonte JK.
Localizado em um terreno de 4.800 m², no Itaim Bibi, bairro que concentra escritórios de grandes empresas e edifícios residenciais de classe média alta, o empreendimento promete qualidade de vida. “Diante da possibilidade de morar e trabalhar no mesmo endereço, esse é um exemplo de empreendimento que substituirá nas pessoas o desconforto de ‘perder tempo’ pelo prazer de desfrutar de um condomínio sofisticado, seguro, com extensa área social e privacidade”, explica Iuriê.
Nele, conjuntos comerciais – ao todo, 40, somando mais de 5.600 m² – e apartamentos residenciais dividem os primeiros 15 andares de um total de 39. Os demais pavimentos são exclusivamente residenciais – um total de 266 apartamentos, em uma área superior a 19.300 m².
O diferencial do projeto consiste na reunião de dois conceitos diferentes em um só produto, mas com áreas – garagens, recepções e acessos – independentes para os apartamentos residenciais e escritórios comerciais. “Por uma questão de conceito e segurança”, enfatiza Iuriê.
A estrutura em concreto, convencional, mostra aspectos complexos em virtude dos vários escalonamentos, variações de planta e balanços das varandas. Além disso, no 21º pavimento, onde fica a área de lazer com sky lounge, espaço gastronômico, entre outros itens, há uma imensa piscina de borda infinita.
O audacioso item exigiu reforço redobrado na infraestrutura. Já os subsolos foram projetados com Os acessos à área residencial e comercial são separados por uma questão de conceito e segurançaIuriê Frank, arquiteta paredes diafragma, em função de o lençol freático ser superficial. Uma boa razão para inserir tecnologia sustentável nesses pavimentos. “Implementaremos um sistema responsável pela captação e reaproveitamento da água da chuva”, revela a arquiteta.
Inovador e contemporâneo, o projeto do Horizonte JK reflete na concepção todo o cuidado com a identidade de cada parte integrante da torre. A começar pelo formato dos terraços e materiais utilizados na composição da fachada. O trecho comercial do empreendimento é recoberto por pele de vidro azul encaixilhada. Em virtude do clima tropical brasileiro e da forte incidência solar, a solução inclui alvenaria interna, que oferece melhor conforto térmico e economia do sistema de ar-condicionado.
No trecho residencial está previsto o uso de massa texturizada em tons claros e amplos caixilhos. Embora seja fundamental para dar equilíbrio às duas partes a diferença entre materiais se integra harmoniosamente ao conjunto, tornando-se quase imperceptível.
Desde as fachadas até os detalhes de decoração e paisagismo, as cores branca e azul predominam. Não é à toa. O Horizonte JK é o primeiro empreendimento da Emoções Incorporadora, cujo sócio mais famoso é Roberto Carlos.
Diante da premissa, a arquiteta Patricia Anastassiadis – responsável pelo projeto de interiores de três modelos de apartamentos residenciais decorados, em um total de 1.000 m² – estabeleceu o layout pensando em aplicar tons de branco e nuances de azul em paredes, tecidos e objetos.
No paisagismo das áreas externas, assinado por Benedito Abbud, a personalidade do rei não passa despercebida. “Optei por espécies em tons de branco e azul, como bela-emília, azulzinha, jacarandá, camélia e gardênia na varanda do 21º andar”, revela o profissional que considera esse espaço o ponto alto do paisagismo, pois separa as áreas comercial e residencial do edifício.
As palmeiras de folhas azuladas irão compor um tipo de biombo transparente no entorno da piscina de borda infinita. Abud confessa que a inspiração veio da música que nomeia o empreendimento, cujo trecho declara: “além do horizonte deve ter algum lugar bonito para viver em paz”.
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