O projeto arquitetônico da Casa 1, localizada no Rio de Janeiro, trouxe alguns desafios ao escritório Sabugosa Arquitetura. O primeiro deles dizia respeito à implantação da residência em um lote de 850 m², uma vez que, além de os clientes desejarem uma casa bem espaçosa, esperavam que ela ficasse com uma ampla área externa para ser aproveitada pela família.
Como solução, toda a implantação se baseou nas condições climáticas e no entorno do terreno. Assim, a Casa 1 ficou virada para o sol da manhã, com vista para um dos pontos turísticos mais importantes da cidade, a Pedra da Gávea.
“Os clientes buscavam uma casa com design contemporâneo, ambientes fluidos, sem interrupções e integrados à área externa. Procurei utilizar a natureza a meu favor e isso trouxe um resultado incrível”, explica o arquiteto Gabriel Sabugosa.
Ele conta que, na implantação do projeto, nenhuma árvore foi retirada do terreno. Pelo contrário – duas delas chegaram a ditar o desenho da casa, e a arquitetura foi se encaixando elas permitiram.
Como a casa foi pensada para aproveitar ao máximo o seu entorno natural, toda a fachada é voltada para o leste, recebendo o sol da manhã. O único ambiente que recebe o sol da tarde é a área de serviço.
As fachadas são basicamente feitas de pedra e concreto, sem revestimentos fazendo parte da estrutura. A intenção dos arquitetos era usar materiais naturais, dispensando etapas de acabamento.
“Tentamos tirar um pouco do peso da arquitetura brutalista do segundo pavimento, fazendo ele levitar sobre as paredes de pedra”, comenta Sabugosa.
Para integrar espaços internos e externos, os arquitetos tiveram a ideia de fazer uma varanda dentro da Casa 1. Então, projetaram um pergolado que cria um eixo de circulação, desde a entrada até a frente da sala. As esquadrias, por sua vez, funcionam na parte de fora desse pergolado. Assim, quando as portas são fechadas, ele parece pertencer ao interior da residência.
A parte social da casa não tem paredes, mantendo tudo interligado. Os caminhos do jardim para a sala de estar e da cozinha para a área de serviço são feitos sem portas.
Os arquitetos optaram por não usar muitos móveis nem muitos objetos decorativos, deixando o protagonismo da casa para a arquitetura e seus espaços fluídos.
Os pergolados usados internamente trazem luz natural para todos os ambientes. Além disso, todos os banheiros têm abertura zenital.
“Com grande parte da casa em concreto aparente, optamos por uma iluminação com trilhos e pontos de sobrepor, de forma que podemos focar as partes mais importantes do projeto”, conta.
A casa se revela sustentável em vários aspectos. Além de priorizar a ventilação cruzada e a iluminação natural, a construção conta com placas solares para aquecimento de água, teto verde e reúso de água para o jardim e vasos sanitários. Além disso, os arquitetos procuraram usar materiais locais e madeira de reflorestamento.
O projeto de paisagismo conta com um jardim vertical logo na entrada da residência, abaixo do pergolado. O jardim interno atrás da escada ajuda muito com a iluminação natural. Uma curiosidade do projeto da Casa 1 é que todo o paisagismo foi feito pela própria cliente.
“A casa tem um design contemporâneo brasileiro, com linhas retas e grandes vãos chamando a atenção por criar leveza em uma arquitetura brutalista”, conclui Sabugosa.
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