Inserida em meio à beleza natural da cidade de Maringá (PR), a Casa HC transmite leveza mesmo com a aparência rígida de sua estrutura de concreto aparente. O terreno em declive permitiu potencializar a paisagem natural na frente do lote. Seguindo um estilo brutalista, o escritório grupo pr arquitetura ousou nos grandes vãos para deixar tudo o mais integrado possível.
A topografia foi um ponto importante para dar forma à residência. “A maior dificuldade foi trabalhar com o terreno, devido ao grande desnível. Porém, ao mesmo tempo que foi um obstáculo, foi um elemento determinante, pois trabalhamos com platôs e neles distribuímos todo o programa”, revela o arquiteto João Vitor Ricciardi Sordi, um dos responsáveis pela projeção da morada.
A pedidos dos proprietários, a Casa HC explorou bastante o uso do concreto aparente e de grandes estruturas em balanço e vãos, tudo feito para privilegiar a vista. Como a volumetria do projeto e a organização de seus espaços deveriam seguir o declive do lote, optou-se por dispor o programa residencial em três platôs existentes, e todos foram manuseados para abrigar em níveis subsequentes a quadra de tênis, a piscina – localizada no térreo – e o segundo pavimento.
No térreo, os grandes panos de vidro foram pensados justamente para, quando abertos, permitirem a integração total dos ambientes internos com os externos, e, consequentemente, com o entorno. Além disso, a área de churrasqueira foi integrada com a cozinha, com uma sala de TV e uma de jantar.
Esse pavimento foi projetado num formato em “L”, destinado para receber os setores de serviço, lazer e social, e a garagem. No lazer, a piscina foi encaixa no talude de tal forma que, com sua borda infinita e espelho d’água, parece ser parte da natureza.
Há um sistema de automação na iluminação da residência e a piscina muda de cor conforme a vontade dos moradores.
O pavimento superior já foi desenhado em formato de prisma retangular, criando a composição final da residência em forma de “T”, quando vista na planta.
Um ponto interessante é que, por meio do apoio do prisma superior e dos vãos no térreo, foram criadas duas características que fizeram toda a diferença no sistema construtivo da casa. O concreto protendido gerou um balanço de 7,60 m que protege a área de estar no térreo, e o vão de 20,30 m – com apenas um apoio no centro – acomoda todo o espaço de lazer.
Já a cobertura ganhou uma grande e aconchegante varanda para os dormitórios, que estão todos abrigados no bloco superior.
As fachadas da Casa HC foram trabalhadas em concreto aparente, evidenciando o estilo brutalista.
Durante a escavação do terreno, foram encontradas muitas rochas, de modo que seria inviável tirar todas dali. “Sendo assim, algumas foram incorporadas no projeto, como na parede próxima à garagem, criando um arrimo de pedras que não estava no volume original, mas que veio ao encontro da proposta que buscávamos”, comenta o arquiteto.
Um jardim na parte de trás do terreno pode ser acessado somente pela suíte principal, tornando-se uma extensão dela. Além disso, para o paisagismo, buscou-se plantar palmeiras no platô mais baixo e, acompanhando o muro e próximo à piscina, foram dispostas vegetações de porte mais baixo, respeitando a escala.
Sordi explica que o design de interiores foi pensado junto com a arquitetura, de modo que ambos tirassem proveito dos ambientes integrados. Os tons neutros predominantes foram escolhidos para contextualizar com a estância onde o projeto está inserido. “Um design que utilizasse móveis em tons neutros e que mostrasse o material como ele realmente é. Por exemplo, na cozinha, os tijolinhos à vista e a bancada de concreto e, na sala de estar, a mesa e o aparador de madeira”, conclui o arquiteto.
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