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Livraria e Café

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Na turística Campos de Jordão, uma livraria e café com partido transparente destaca-se no alto de uma colina e atrai leitores contemplativos. Criado pelo arquiteto Caio Faggin, o projeto simples exibe na estrutura e nos materiais a leveza e funcionalidade. Imagens: Pedro Vannucchi
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Parada obrigatória

Texto: Tais Mello

Na charmosa cidade de Campos de Jordão, interior de São Paulo, uma livraria e café com 146 m² tornou-se mirante e ponto turístico da região. O partido envidraçado é uma cobertura simples, mas Transparência, leveza e situação topográfica são os elementos que mais gosto nesse projeto Caio Faggin surpreendentemente localizada no topo de uma colina. Ele cumpre à risca a função de abrigar leitores a fim de folhear um bom livro ou apenas tomar uma bebida quente enquanto apreciam a belíssima paisagem da Serra da Mantiqueira. “Transparência, leveza e situação topográfica são os elementos que mais gosto nesse projeto”, revela o arquiteto e autor Caio Faggin. A construção projetada pelo escritório ArcFaggin evidencia varandas e pérgolas com leve estrutura de caixilhos de madeira e grandes panos de vidro. Alguns comentam existir uma clara referência ao estilo da obra de Mies van der Rohe, mas o modesto arquiteto contesta: “Pode haver certa analogia com alguma obra de Mies. Guardadas as devidas diferenças de escala, talvez algo de lógica estrutural equivalente e o uso do vidro. Mas fica nisso”.

O espaço integra ambientes interno e externo em um franco diálogo com os edifícios vizinhos – o Palácio da Boa Vista e a Capela de São Pedro. “Trata-se de uma parada aos visitantes desses concorridos pontos turísticos. As pessoas careciam de um local para comprar objetos, livros e souvenires, vendidos precariamente no balcão da bilheteria. Surgiu, então, a ideia de aproveitar a construção da nova livraria para fazer também um café”, reflete Caio.

A leve estrutura de madeira e vidros atua como cúmplice da natureza ao colaborar com a apreciação da vista mesmo no interior da construção Foto: Pedro Vannucchi

Design em função da vista

Localizada próxima à edificação oitocentista do Palácio da Boa Vista, em uma das extremidades do estacionamento de veículos, a Livraria e Café tem vocação de mirante. Afinal, no alto da colina é possível ter uma das mais belas vistas da região montanhosa chamada Pedra do Baú. Tratam-se de dois volumes interligados por generosas varandas constituídas de deque de madeira que servem de estar externo. A ligação das caixas envidraçadas é feita pelo pergolado de madeira no trecho aéreo. A estrutura com fechamento de vidro atende a uma das preocupações do profissional. “Edificar no limiar do terreno passa, inevitavelmente, pelo cuidado de não obstruir a vista. Com isso em mente, tornou-se natural optar pelo vidro e pela estrutura leve de madeira”, interpreta Caio. O conjunto está implantado de forma sutilmente elevada e, no único bloco de alvenaria estão localizados os serviços, ao lado da rampa de acesso. O desenho valoriza e tira partido da simplicidade dos materiais e da pequena escala da arquitetura. Vale observar que a contraposição entre a escala intimista predominante e a proporção vertical dos painéis envidraçados de vedação dá a impressão de a obra ser maior do que realmente é.

Vidro e madeira

Vidro e madeira são os elementos centrais do projeto, presentes nos dois blocos independentes que Edificar no limiar do terreno passa, inevitavelmente, pelo cuidado de não obstruir a vista. Com isso em mente, tornou-se natural optar pelo vidro e pela estrutura de madeira Caio Faggin abrigam o pequeno programa – livraria, café e sanitários. A livraria faz divisa com o estacionamento e é paralela a ele, enquanto o café, deslocado em relação ao outro volume, estende-se até a borda externa do terreno. A opção pela madeira acabou sendo natural, confessa Caio. “Não gostava da ideia de usar concreto ao lado de uma obra tão emblemática nesse material quanto o Palácio da Boa Vista”. O mesmo acontecia com relação à alvenaria, por isso o arquiteto admite a hipótese de ter escolhido trabalhar com madeira por exclusão. Afinal, além de leve, é adequada à escala do edifício. Os dois blocos são estruturados por pórticos de madeira cuja modulação regular é percebida desde o exterior. As junções entre a estrutura e os caixilhos são visíveis, inclusive na cobertura plana vista desde os andares superiores do Palácio. Até mesmo no espaço interno a madeira reina ao dar acabamento em pisos e tetos e figurar no mobiliário desenhado por Caio Faggin. Peças que, segundo o profissional, foram inspiradas na harmonia de materiais, funcionalidade e versatilidade.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2010
  • Conclusão da obra: 2011
  • Área do terreno: 242 m²

Ficha Técnica

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