Localizada em Guarulhos, a nova fábrica da Valeo – multinacional francesa de peças automotivas – abriga a Unidade Industrial de Sistemas de Segurança. A premissa do projeto, idealizado pelo escritório GCP Arquitetos em parceira com o escritório de arquitetura DBB de Nova Iorque, era implantar o complexo industrial com larga extensão e forte expressão arquitetônica, visando o respeito às questões ambientais e o atendimento às normas internacionais. Além disso, a fábrica deveria ser instalada sem abrir mão do sistema estrutural racionalizado e dos grandes vãos existentes na área de produção.
De acordo com o arquiteto responsável Sergio Coelho, o projeto procurou avançar em inovações tipológicas para edifícios de uso industrial. “O partido arquitetônico adotado gerou um edifício de volumetria diferenciada com eliminação de calhas. A unificação da cobertura com fechamentos laterais garantiu o perfeito escoamento da água de chuva – gargalo constante em um país com chuvas tropicais”, explica. Além disso, o projeto procurou adequar da melhor forma possível o terreno, minimizando o movimento de terra.
O bloco fabril é dividido em três volumes com grandes curvas, que unem as coberturas – estruturadas com diferentes alturas – à parede. Outro grande destaque do projeto é a implantação desencontrada das cumeeiras nas coberturas, que ampliou os espaços entre os lanternins garantindo entrada de luz e ventilação naturais e proporcionando economia de energia e conforto.
O layout flexível facilita possíveis mudanças tecnológicas na fábrica. Estruturas metálicas nos pilares, nas vigas e nas coberturas foram utilizadas em grandes proporções. “As coberturas e fechamentos laterais dos módulos de produção foram feitos com telhas galvalume zipadas. A fachada principal recebeu caixilhos-brise em aço e, a fachada posterior, em painéis isotérmicos”, destaca o arquiteto.
“A volumetria única, estratégias de sustentabilidade com iluminação natural, reuso de água de chuva, recomposição de mata ciliar com plantio de cerca de 3.000 novas árvores e otimização de corte versus aterro – eliminando bota-fora e importação de terra – também são importantes na composição da fábrica”, completa.
Seguindo os padrões da Valeo, as áreas internas são divididas com vidros. Com pé-direito alto, o piso fabril abriga as linhas de produção, o estoque e as docas. No pavimento inferior estão instaladas as áreas comuns – hall de entrada, refeitório e vestiários – e no superior, além da área de produção, estão as salas de reunião, os escritórios e laboratórios.
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