A vista eterna para o parque do Ibirapuera e da região dos Jardins, em São Paulo, trouxe uma demanda óbvia para o projeto: explorar a paisagem privilegiada e a localização mais cara da cidade. Como o terreno era o último da rua, jamais haveria chances de surgir uma construção predial depois dele, que impedisse a visão idílica a partir de suas varandas.
O lote foi, dessa forma, considerado pelos arquitetos do escritório Arqdonini, uma verdadeira ‘vitrine’, pois não havia nenhum entrave de solo e seus quatro lados eram favorecidos, o que tornaria as fachadas muito visíveis. A própria disposição gerou determinações inclusive estruturais, para que a varanda pudesse ser mais valorizada. A base, porém, é convencional: foram usados tubulões e estaqueamento.
A proposta dos arquitetos Marco Donini e Francisco Zelesnikar era deixar em balanço os balcões dos A caixilharia foi um item fundamental para assegurar a maior transparência da paisagem para os ambientes, principalmente, o imenso conjunto de vidro que se abre a partir do canto da sala Marco Donini terraços, sem que houvesse vigas de bordo. Portanto, as varandas seriam estruturadas em lajes maciças.
A ausência de vigas evidencia o desenho leve e contemporâneo desses ambientes, que cumprem um traçado curvo. “Uma viga de bordo deixaria esse desenho pesado demais”, considera Donini. A solução tem, ainda, efeito estratégico: traz sombreamento para o apartamento durante todo o dia, conforme o percurso e a altura do sol. Essa ousadia estrutural também agrega outras funções: “Os vãos mais generosos entre pilares, além de garantir vista mais aberta nas áreas sociais, deixaram as garagens muito mais confortáveis, uma necessidade em um condomínio tão exclusivo”, pondera Zelesnikar.
A dupla buscou explicitar no volume do edifício uma arquitetura bastante contemporânea, evidente desde a fachada – mas sem comprometer a otimização do layout da varanda. Além da proteção arrojada, o terraço, ponto de atenção dos apartamentos, ganhou acabamentos especiais.
Mármore travertino foi definido para o piso e um mosaico de pastilhas transparentes, desenvolvido especialmente a pedido dos profissionais, ajuda a dar destaque. Esse, aliás, foi o principal diferencial, segundo o Arqdonini – um revestimento ideal para melhor revestir a volumetria. Algo perene, que não se desgastasse como a pintura, combinasse com os panos curvos e ainda refletisse com brilho a iluminação natural. “A caixilharia foi um item fundamental para assegurar a maior transparência da paisagem para os ambientes, principalmente, o imenso conjunto de vidro que se abre a partir do canto da sala. O ganho térmico se deu pelo estudo de sombreamento gerado pela grande varanda, protegendo do poente todas as salas”, diz Marco Donini.
Isso garantiu, ainda, a diminuição de carga de ar-condicionado: o sistema de ar de cada unidade foi projetado central, atendendo a todos os ambientes de permanência, com dutos e equipamentos devidamente acomodados de modo invisível, interna e externamente.
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