No projeto de interiores do Apartamento Acessível, o arquiteto Marcelo Rosset tinha uma tarefa além da decoração. Tanto o layout quanto o mobiliário deveriam atender às necessidades da cliente portadora de deficiência motora, que mora com o marido e dois filhos. Então, mais que confortáveis e bonitos, os ambientes precisavam ser práticos.
Rosset tirou proveito dos 270 m² do apartamento e criou um fluxo de circulação com amplos corredores que favorecem a locomoção da moradora na cadeira de rodas. Além disso, largas portas facilitam a passagem, enquanto móveis baixos – e outros retráteis, como o sofá do estar – são dispostos num percurso fluido que não gera obstáculos.
Conforme descrito pela equipe do arquiteto, a extensa varanda do projeto original foi eliminada para se juntar à sala. A integração desses ambientes contribuiu, consequentemente, para aumentar a área de circulação do estar.
Outras adaptações de acessibilidade foram realizadas na área íntima do apartamento. No dormitório do casal, por exemplo, a cama suspensa permite que a cadeira de rodas se encaixe na parte inferior, possibilitando o deslocamento da moradora de maneira independente. Rosset também projetou um closet acessível, usando a parte de baixo dele, enquanto a superior ficou destinada ao marido.
Mas é no banheiro que surgem os maiores detalhes de um espaço com acessibilidade. A porta, que se abre para fora, possui diversas barras, as quais funcionam como apoio para as transferências. Já a cuba tem altura específica e o gabinete foi posicionado na lateral para o encaixe da cadeira de rodas. No chuveiro, ainda há um banco para auxiliar na hora do banho.
Em relação ao design adotado para o Apartamento Acessível, Rosset se inspirou nos lofts nova-iorquinos conhecidos pela pegada industrial. Os ambientes íntimos receberam revestimento em tecnocimento (material que imita o cimentado), enquanto no estar todas as paredes foram revestidas com tijolos aparentes e o piso ganhou acabamento limestone cinza. Ainda assim, pendentes e luminárias, como as instaladas nas salas de jantar e de leitura, reforçam o estilo do projeto.
A madeira aparece em alguns pontos para ‘quebrar’ o clima industrial e dar mais aconchego aos ambientes. Na entrada, a porta ripada em madeira laqueada preta brilhante divide espaço com uma divisória iluminada também feita em madeira, só que de demolição. Foi nessa estrutura que Rosset posicionou a escultura suspensa do artista Luiz Hermano.
Ao lado do corredor que conduz à área íntima fica o home theather – o espaço mais utilizado pela família. Por lá prevalecem as paredes com acabamento em tecnocimento e os painéis de madeira de demolição, que servem como divisória e dão privacidade à sala. Segundo Rosset, a solução foi minimizar o efeito do local de passagem.
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