Situado em Niterói, Rio de Janeiro, em um terreno voltado à baía de Guanabara, que desfruta de bela vista, o atual edifício foi erguido por meio da parceria entre a Petrobras e o Instituto de Química da Universidade Federal Fluminense (UFF). De acordo com a equipe da Oficina de Arquitetos, três aspectos devem ser levados em consideração. “A relação com a paisagem do entorno foi a primeira necessidade, seguida da especificidade do programa, que precisava abrigar um conjunto de laboratórios. Por último, e não menos importante, a composição volumétrica do prédio, que resgata o espaço público”, destaca.
O projeto seguiu a premissa da integração, de modo que edifício e terreno tivessem o mesmo objetivo: a valorização do coletivo. “Todos os vazios deveriam ser preenchidos por áreas funcionais”, ressalta a equipe. Por ser adaptado entre o complexo de novos prédios da Computação e a edificação composta pelos laboratórios do Instituto de Química, o Núcleo é considerado uma área de intersecção e comunicação entre as pessoas. Para reforçar a rigorosidade do edifício, foram aplicados concreto armado, alumínio, aço e vidro na estrutura. Margeando o espaço livre coberto, uma grande viga treliçada em forma de “L” é o destaque.
Recepção, secretaria e espaço de convívio e apoios técnicos podem ser acessados através da entrada principal, no primeiro nível. Os elementos que definem o alinhamento vertical do prédio – escada, elevador, shafts, banheiros e vestiários – formam um volume e se estendem até os andares acima, que abrigam a área acadêmica, e os andares inferiores, destinados aos laboratórios. O mezanino faz parte do primeiro terraço e é composto por uma sala reservada, xerox, depósitos e área técnica dos condensadores.
A área mais reservada no Núcleo, com acesso restrito e disposta no subsolo, abriga a central analítica, área técnica para ar-condicionado, o almoxarifado, os vestiários, a casa de bombas, as salas de suporte técnico e os depósitos. Um corredor técnico facilita a entrada aos laboratórios restritos e cria um espaço entre a parede do laboratório e as paredes de contenção do prédio, tornando-os independentes. Os setores inferiores e superiores são conectados através do térreo. “As salas educacionais ocupam o primeiro e o segundo piso, compostos também por salas de reunião, de professores e os gabinetes. A extensão do espaço universitário é o terraço-jardim da edificação”, explica a equipe.
Uma pele de placas fixas de alumínio – espécie de brise-soleil – protege as fachadas norte e oeste do prédio. “As placas estão dispostas horizontalmente e seguem os espaçamentos determinados pelas aberturas das janelas, pelo afastamento do edifício ao lado e pelo ângulo de incidência solar. O terraço fica protegido do sol forte e da ventilação excessiva, mas desfruta da vista para o Rio de Janeiro”, ressalta.
O volume da fachada leste, quase todo de concreto, é independente e separado do outro – que abriga as atividades laboratoriais e acadêmicas – através de uma área de circulação. Uma proteção espacial também envolve a fachada sul. “Essa frente é vedada por esquadrias verticais que avançam 30 cm para o interior das salas, garantindo proteção contra os raios solares”, concluem os arquitetos.
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