Além de uma experiência gastronômica contemporânea, o restaurante SEEN oferece a seus visitantes uma das mais belas vistas do skyline da cidade de São Paulo. Localizado na cobertura do edifício Tivoli Mofarrej – 23º andar –, o espaço, reformado pelo Estúdio Penha em 2017, ganhou espaços mais abertos e se tornou um ícone de sofisticação e elegância.
Assim que começamos o processo, solicitamos a demolição de tudo. Então, abrimos os espaços e tiramos os forros, os revestimentos e os pilares para que pudéssemos conhecer melhor a área Simone BalaguéPara compor o projeto de interiores, os arquitetos Vitor Penha, Veronica Molina e Simone Balagué se inspiraram nos anos 1980 – quando o hotel foi inaugurado – e em toques de Art Déco. Assim, resgataram o design da época e materiais como latão, espelho oxidado, veludo e ardósia, mas sem deixar de lado a contemporaneidade.
O antigo projeto era compartimentado e com revestimento em todos os pilares de madeira, além de um forro de gesso no teto que impedia o contato visual com o entorno. “Assim que começamos o processo, nos foi solicitada a demolição de tudo. Então, abrimos os espaços e tiramos os forros, os revestimentos e os pilares para que pudéssemos conhecer melhor a área”, conta Balagué.
A repaginação do SEEN começou pelo seu abre-alas. Ao chegar no 23º andar, o visitante é envolvido por um corredor, iluminado em neon de forma cênica e decorado com uma cortina de veludo que delimita a entrada para o grande salão – sem barreiras visuais, este ambiente oferece uma vista de 270° da cidade.
O túnel formado pelo corredor foi revestido com piso de ardósia em escama de peixe, desde a entrada passando pelo bar e subindo em algumas paredes. Por ser um espaço relativamente estreito, a luz neon no teto ajudou a dar sensação de amplitude.
O grande bar central fica no patamar mais alto, com balcão todo feito com tubos de latão curvados e tampo de mármore branco. Três lustres garimpados marcam a ilha de bebidas, trazendo sofisticação e estilo. “O bar tem dois revestimentos. O primeiro é a parede de madeira ipê e o segundo é o tubo de latão. A curva que esse tubo faz tem uma iluminação entre os revestimentos”, comenta Molina.
Ao lado do bar, no mesmo nível superior, foram criados ambientes de jantar com sofás capitonês com moldura de madeira entalhada, cercados por um guarda-corpo de latão e um jardim de samambaias, referência da década de 80, que divide a área mais alta da mais baixa.
Mesas de mármore branco e madeira são acompanhadas pelas cadeiras The Chair, do designer Hans J. Wegner, e a HW, assinada por Henry Klein.
Os clientes também solicitaram ao Estúdio Penha a criação de um sushi bar, o qual foi inserido em um lugar estratégico no fundo do bar. Comandado pelo chef Massahiko Enohi, esse espaço ganhou um balcão todo revestido em azulejo garimpado do artista Brennand.
Para contrastar com a elegância do veludo e do latão, algumas tubulações da infraestrutura foram deixadas aparentes, como referência ao estilo industrial. As colunas existentes de concreto também ficaram em seu estado natural, mas receberam molduras e arandelas de latão feitas sob medida, além de espelho oxidado.
A parte de baixo das colunas tem revestimento de madeira, a mesma do piso. Por ali ficam os sofás de veludo verde acompanhando as amplas janelas que emolduram a vista da cidade e contornam todo o salão do restaurante.
O ar-condicionado central com acabamento natural e dimensões consideráveis também reforça o conceito industrial. O teto do restaurante recebeu jateamento acústico para fortalecer a ideia de um projeto sensorial.
No hall de acesso os banheiros há uma grande pia coletiva em mármore com torneiras de cobre suspensas. As paredes e tetos foram revestidos em cerâmica verde escura brilhante e texturizada, e as divisórias são em ferro e espelho oxidado.
O projeto luminotécnico do SEEN ganhou dois tipos. Uma iluminação mais cênica, com projetores, onde a luz é mais focada e direcionada para o piso; e a outra é mais suave e geral, com arandelas e pendentes. Todas as luminárias possuem luz amarela em função do aconchego.
A iluminação com projetores cênicos foi toda direcionada para o piso, permitindo a contemplação da vista sem refletir o restaurante. “Fizemos um projeto luminotécnico que vai todo para o chão, evitando que o vidro virasse espelho”, conclui Penha.
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