Quando os fundadores da Rizoma – empresa de produção agrícola regenerativa do solo – convidaram o Estúdio Penha para desenhar o novo projeto de interiores do escritório, pediram algo que fugisse dos padrões corporativos. Assim, os arquitetos uniram seu estilo de trabalho – aparente, robusto e criativo – às solicitações do cliente, resultando em espaços contemporâneos, descolados e joviais, o que reflete bem a identidade da marca.
Para abrigar o atual ambiente empresarial, a instituição escolheu o Edifício Corujas, localizado no boêmio bairro da Vila Madalena, em São Paulo (SP). A escolha por este prédio comercial projetado pelo FGMF Arquitetos se deu pela ampla área verde e por sua proposta de integração mais autêntica e natural com o entorno – pontos importantes para a conceitualização da empresa.
“A edificação tem grandes caixilhos de vidros por todo seu perímetro, permitindo contato visual com a cidade. O projeto de interiores partiu da intenção de valorizar a força arquitetônica do conjunto, como a laje de concreto aparente”, contam os arquitetos Vitor Penha, Verônica Molina e Ricardo Souza.
O Estúdio Penha usou de materiais aparentes em cada detalhe do Rizoma. Toda a rede elétrica do programa foi disposta em tubulações aparentes, gerando menos entulho e dispensando o uso de forros, o que valorizou a laje de concreto do conjunto.
As poucas paredes que foram mantidas dentro do escritório foram revestidas com tecnocimento, como uma continuação do piso, que é do mesmo material. Os sócios explicam que a intenção era valorizar a presença das plantas. Por exemplo, a cor verde água usada nos tubos aparentes cria delicadeza e um desenho evidente no cinza do concreto.
Também conhecida como floresta urbana, a técnica Urban Jungle foi usada como ponto de partida para desenvolver o projeto de paisagismo do escritório, assinado por Ricardo Souza e Itamar Rios. Todo o programa foi desenvolvido para receber bem as plantas internas e integrar os ambientes com o verde de fora. Como essa ideia consiste em evidenciar o contato com a natureza, além de purificar o ar e ajudar na saúde e no bem-estar dos funcionários, ela foi aplicada em quase todos os espaços.
Para trazer vivacidade e auxiliar na decoração, o paisagismo usou espécies com diversas tonalidades de verde. Levando em consideração a incidência solar do edifício, foi feito um detalhado trabalho para escolher onde colocar cada plantinha, para mantê-las vivas e bonitas. Além disso, um sistema de irrigação automática foi criado para facilitar a manutenção.
Os arquitetos desenvolveram o projeto de iluminação do Rizoma visando uma melhor eficiência energética. Assim, instalaram luminárias funcionais em cima das mesas, para criar uma luminosidade de trabalho pontual, e uma luz de destaque com os projetores cênicos voltadas para o paisagismo, que permite também um foco luminoso bem localizado. Esse método faz com que os vidros não fiquem reflexivos, e que, mesmo com as lâmpadas acessas, o contato visual com o entorno ainda seja possível, sem atrapalhar os trabalhadores.
Todos os móveis também são assinados pelo Estúdio Penha, que usou, em grande parte da edificação, madeira de compensado naval, ecológica e sem revestimento. As chapas foram envernizadas para melhor manutenção e preservação. “Este projeto buscou o menor impacto nas soluções adotadas e nos materiais escolhidos, justamente para refletir a essência da Rizoma”, concluem os profissionais.
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