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Casa Cancha

Casa Cancha
O escritório de arquitetura Estúdio HAA! projetou, em Gonçalves, interior de Minas Gerais, a Casa Cancha. Em um terreno rural que fica a 1.470 metros acima do nível do mar, o projeto tem duas pedras como alicerce. Imagens: Pedro Kok
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Pedras gêmeas: o alicerce

Texto: Naíza Ximenes

Na busca por uma arquitetura que estabelece uma conexão íntima com a natureza, o escritório de arquitetura Estúdio HAA! projetou a Casa Cancha, em Gonçalves, interior de Minas Gerais. Localizada em um terreno rural com características únicas, a casa é fruto da interação direta com o ambiente — marcado, especialmente, por duas pedras gêmeas.

Antes mesmo de os arquitetos visitarem o terreno, o proprietário deixou bem claro que não queria nada muito formal. O intuito era uma criação fora das expectativas. Aliado à metodologia do arquiteto Homã Santana, fundador do escritório que tem como costume não pensar no projeto antes de conhecer o espaço onde a construção acontecerá — e, nas palavras dele, não sobrepor a realidade com expectativas —, o resultado foi uma casa inovadora.

O terreno fica no alto de uma montanha — 1.470 metros acima do nível do mar e cerca de 600 metros acima da estrada pavimentada mais próxima — e, apesar da vegetação alta, duas pedras chamaram a atenção do arquiteto: as pedras gêmeas.

“Explorando esse terreno, eu pude notar que havia duas pedras com exatamente a mesma altura, distando cerca de 4 metros entre uma e outra”, conta Santana. “Para mim, ficou claro. O terreno falou o que ele queria, e, na hora, eu já fiz o croqui que norteou o projeto.”

Essas pedras não apenas serviram como suporte estrutural, mas também ditaram a essência do projeto. A proposta nasceu da ideia de apoiar um par de vigas de madeira sobre as rochas, de forma que elas estruturassem a cobertura e o formato da casa, criando dois blocos sob elas, cada um com 45 metros quadrados de área.

Um dos blocos é transparente, onde ficam a área social e de lazer. O outro é opaco, nos espaços que necessitam de maior intimidade. As duas estruturas, todavia, têm a mesma dimensão, a mesma área, o mesmo comprimento e a mesma largura.

“Calhou, também, de as pedras estipularem a implantação com a melhor vista, apesar de não ser ideal para uma região fria”, ele explica. “Pensando nisso, nós fizemos dois planos de abertura nos ambientes de toda a casa, sendo um plano de abertura sul e um plano de abertura norte. No norte, a gente busca a insolação para o inverno, e, no sul, a gente busca a vista. Nós temos o melhor dos dois mundos nessa casa.”

Vegetação moderna

Um pergolado em madeira Cumaru, coberto por vidro, recobre todo o corredor formado pelo jardim e o conecta ao volume principal da residência. Dois jardins adjacentes à pérgola, resguardados do vento, são destinados ao cultivo de ervas, temperos e frutos, proporcionando uma integração entre a cozinha e a natureza.

Esses espaços não apenas enriquecem a experiência sensorial, com também atraem pássaros, contribuindo para a atmosfera serena da moradia.

foto aérea de um espaço com uma construção central e cercado de vegetação. A casa, no meio, tem aberturas em todas as paredes, com vista para um vale no fundo O anexo, à esquerda da foto, é onde fica a lavanderia 


Vale mencionar, ainda, que o nome da casa foi dado justamente pela característica circular do terreno e da disposição da construção, no formato de uma arena — já que, em espanhol, a palavra “cancha” representa um campo preparado especialmente para a prática de esportes.

A utilização de materiais sustentáveis, como a madeira laminada colada (MLC) e o steel frame, foi outro ponto importante para a obra. Isso porque, além de manter a responsabilidade ambiental do escritório, o uso de estruturas pré-moldadas também contribuiu para uma logística desafiadora, devido à localização remota em uma montanha. O isolamento térmico e acústico foi cuidadosamente considerado, destacando a importância do conforto ambiental.

Fluidez nas alturas

A disposição dos espaços foi cuidadosamente planejada para criar uma experiência de vida única. A cozinha, na área social, destaca um elemento central: um fogão a lenha integrado a uma pia e armários, incentivando a interação e proporcionando uma visão panorâmica. A casa, com seus 90 metros quadrados, surpreende ao oferecer a sensação de um espaço muito maior, enfatizando a busca por qualidade em detrimento do tamanho.

Integrada à cozinha, a sala de estar é marcada por mais aberturas e visuais estonteantes por todos os lados. Uma porta na parede leva ao hall de acesso que conecta o espaço à área íntima, com banheiro social, sala intima — que também é um quarto de visitas reversível —, closet e suíte master.

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Escritório

  • Local: MG, Brasil
  • Início do projeto: 2017
  • Conclusão da obra: 2019
  • Área construída: 105 m²

Ficha Técnica

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