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O Estúdio Guto Requena projetou a sede paulistana do escritório Work & Co, na Vila Madalena. O interior ganhou elementos do design brasileiro e a biofilia como destaques. Imagens: Maíra Acayaba
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Filosofia refletida na arquitetura

Texto: Naíza Ximenes

Fundada em 2013 pelos brasileiros Felipe Memória e Marcelo Eduardo, em parceria com os estadunidenses Gene Liebel, Joe Stewart e Mohan Ramaswamy, a Work & Co inaugurou, em 2022, dois novos escritórios no Brasil — um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro.

Para a unidade paulistana, a multinacional (especializada em design e tecnologia de produtos digitais) se uniu à equipe de arquitetos e designers do Estúdio Guto Requena, que concebeu o projeto da sede na Vila Madalena.

Em entrevista à Galeria da Arquitetura, Requena conta que tudo surgiu com uma ligação de um dos sócios, com quem havia dado uma palestra há algum tempo. “Ele disse: Guto, acho que chegou a hora! A gente quer fazer um projeto que reflita o DNA da Work & Co no Brasil.”

Considerando que ambos os escritórios compartilham da mesma filosofia, que é traduzir a identidade de uma marca para a linguagem arquitetônica ou do design, a colaboração entre as empresas se mostrou uma combinação perfeita. 

Para começar o projeto, a equipe de Guto Requena considerou aspectos importantes e atuais das discussões sobre ambientes de trabalho. Eles levaram em conta que: primeiro, já não há uma necessidade tão grande de que os colaboradores visitem os escritórios com frequência, desde o início da pandemia. Segundo: escritórios são lugares de troca social, de estímulo. Terceiro: para ser um ambiente agradável de frequentar, com a opção de ficar em casa, o escritório deve ter, obrigatoriamente, projetos de acústica, iluminação e tecnologias super agradáveis e confortáveis.

Com o briefing estabelecido, o passo seguinte era o espaço. Requena explica que o projeto foi mais voltado à arquitetura de interiores do que qualquer outra coisa, já que o local escolhido pela multinacional já tinha um prédio construído pelo escritório Andrade Morettin.

“O respeito à arquitetura original foi um ingrediente fundamental para esse projeto. O imóvel já veio com uma linguagem arquitetônica muito marcante e um pé-direito triplo impressionante. Além disso, já existia um átrio central que permitia a entrada de muita luz, e buscamos respeitar ao máximo esses dois elementos”, explica Guto Requena.

fachada do prédio Work & Co, que mostra um grande painel de vidros em toda a extensão e elementos na cor terracota na decoraçãoFachada do prédio onde fica o escritório Work & Co


Flexibilidade no ofício

Diferentemente da grande maioria dos projetos do Estúdio Guto Requena, a sede do Work & Co ganhou um apelo mais minimalista, moderno, silencioso e com um toque de brasilidade — para, assim como nas outras unidades, utilizar elementos que reflitam o país e a cidade em que o escritório está localizado. Além disso, o projeto tinha como premissa a flexibilidade, a integração e a criação de um espaço convidativo para o trabalho coletivo.

O prédio já tinha, essencialmente, pé-direito triplo, átrio central e paredes repletas de grandes painéis de vidro, que proporcionam uma vista livre para o entorno. Assim, as principais intervenções da equipe de arquitetos foram feitas da parede para dentro.

Inicialmente, apesar da altura significativa do pé-direito, só havia dois andares no prédio. Com a reforma, o edifício ganhou um mezanino intermediário, que otimiza o ambiente e aumenta a quantidade de área de trabalho. Por outro lado, a equipe optou por manter tanto a escada original, quanto os guarda-corpos, e fez o reforço de vigas e da estrutura para garantir a segurança dos colaboradores.

A entrada acontece pelo pavimento térreo, no acesso principal do prédio. Com um projeto de interiores mais atemporal possível, nas palavras de Guto Requena, o primeiro destaque é a Poltrona Mole, desenhada por Sergio Rodrigues, no corredor de acesso. Ao atravessar essa passagem, o olhar logo é direcionado para um grande átrio, cercado por luz natural e marcado por uma forte biofilia, já que há plantas que contornam todo o perímetro do projeto.

“Foi muito interessante que, durante a pandemia, saiu uma série de pesquisas, artigos e comprovações cientificas que nos mostraram que ter planta dentro do escritório só tem benefício. Melhora a qualidade do ar, aumenta a quantidade de oxigênio dentro do ambiente (e, portanto, aumenta a nossa capacidade intelectual criativa), as irritações alérgicas diminuem, bem como a dor de cabeça etc. E nós incorporamos isso aos nossos projetos”, menciona Requena.

Uma vez no fim do corredor, o olhar de todo e qualquer visitante é direcionado ao átrio central, dividido em duas adaptações: uma pequena área de espera em uma extremidade, onde há um sofá e duas poltronas, e a área social dos colaboradores na outra extremidade, onde fica a cozinha, uma ilha de dimensões generosas, bancos desenhados para parecer que fazem parte do projeto e banquetas pretas.

No pavimento térreo, há, ainda, outro destaque: o grande jardim que contorna todo o prédio na área externa. Ele faz parte do projeto de paisagismo desenhado por Juliana Freitas

A escada, do projeto original, tem uma proposta mais industrial. A frieza do metal foi equilibrada com plantas nos corrimões, que levam ao primeiro andar. Nesse pavimento, uma grande área livre ganhou mesas extensas divididas em baias de trabalho, sala de reunião e cabines para uma ou duas pessoas, caso haja a necessidade de um contato mais intimista.

Outra escada ao fundo, igual à escada principal, leva ao segundo andar, com mais espaços de trabalho. O destaque, nesse ambiente, são as caixas de madeira, descritas por Requena como plug-ins, que proporcionam ambientes mais intimistas de trabalho. Os painéis de madeira e os vidros garantem tanto a integração visual, quanto o conforto acústico.

A iluminação de todo o projeto é mais difusa e discreta, apesar de não ser indireta — uma estratégia eficaz e elegante. Entre os materiais principais, Guto elenca: “A gente gosta muito de textura, de usar esses materiais brasileiros. Por isso apostamos no carpete, granilite, inox, bastante madeira (que é bem típico da nossa arquitetura), uma chapa cerâmica que reveste parte dos interiores, e, claro, esse mix de mobiliário modernista brasileiro. A escolha das materialidades e da paleta de cores é resultado de uma análise cromática do edifício e seu entorno e todos os equipamentos e materialidades foram pensados para oferecer conforto e dinamismo à equipe de trabalho”, conclui.

Confira outros projetos de Estudio Guto Requena:

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2021
  • Conclusão da obra: 2021
  • Área construída: 543 m²

Ficha Técnica

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