Casa Bonanza

Tom modernista

Texto: Thais Matuzaki

Uma sequência de açaizeiros dá as boas-vindas a quem chega ao terreno onde se encontra a Casa Bonanza. Antes do projeto arquitetônico realizado pelo Estúdio Casa G, o que se via ali era apenas um volume branco descaracterizado e envolvido pela mata nativa da região amazônica. O verde permaneceu – e o conjunto principal também –, mas agora divide as atenções com um anexo gourmet erguido sob pilotis.

O projeto desta casa de final de semana consistiu na reforma de um bloco existente e na construção de outra edificação que ficou posicionada um pouco mais distante, prestando-se como uma área gourmet.

Segundo os arquitetos Giovanne Mafra e Grasiele Pereira, o bloco branco principal – que abriga sala íntima, três quartos e cozinha – estava estilisticamente ultrapassado. Para acelerar a obra, eles decidiram manter esse volume original, mas sobre ele criaram uma caixa na forma de uma casa.

Sustentada por grandes pilares robustos, por onde passa a maior parte das tubulações das coberturas, essa ‘capa’ aumentou a área coberta. Dessa forma, concedeu espaço para varandas até mesmo nas laterais do volume principal.

Tanto as fachadas do bloco principal quanto as do anexo foram feitas de cimento queimado natural. “Propusemos a utilização desse material por conta da sua textura, que combina com a natureza exuberante do local”, afirmam Mafra e Pereira.

Lazer aberto

No anexo gourmet da Casa Bonanza, a proposta foi demolir a cobertura existente para a realização de um novo conceito espacial. De acordo com os arquitetos, o escritório procurou seguir vestígios modernistas, com a criação de vãos livres.

Assim, o bloco – carinhosamente chamado pelos moradores de “submundo” – foi construído a partir de uma grande laje de 35 metros, apoiada por pilotis circulares e assentada numa laje de piso da mesma extensão da superior.

Na descrição de Mafra e Pereira, trata-se de “um volume simples e ortogonal, que busca a relação interpessoal dos usuários através de uma grande área de lazer”. Além disso, ele integra uma das joias do proprietário: o eucalipto marmorizado que rasgou a estrutura de concreto e trouxe vida ainda mais vida ao espaço.