Passado, presente e futuro se confundem no futebol. Ao preservar a tradição sem deixar de lado a contemporaneidade na reformulação do Heriberto Hülse – importante estádio de Criciúma, Santa Catarina, – o escritório Douglas Piccolo tentou adequar o projeto que acabou se tornando uma ‘colcha de retalhos’, uma vez que o complexo foi construído em várias etapas, sem uma estrutura modulada de boa qualidade.
“A proposta de uma nova ordenação que ignorava a modulação existente foi considerada para o projeto das fachadas, juntamente com o entorno variável, estabelecendo um ritmo para cada uma das faces”, explica o arquiteto Douglas Piccolo.
Douglas conta que a estrutura e os pilares do estádio não têm harmonia nos espaçamentos, nem tampouco nas dimensões. E o revestimento é aleatório, ou seja, uma parte em pastilha e a outra em argamassa pintada.
“A redefinição cromática da parte interna foi o primeiro passo para obter unidade arquitetônica, explorando elementos de características fortes e condizentes com a importância histórica do Heriberto Hülse”, afirma.
Para tanto, o saneamento visual das inconsistências foi apoiado em uma estética única derivada de fragmentos do símbolo do time de futebol – peças de cerâmica e pintura nas cores preto, amarelo e prata.
A cobertura, reconstruída conforme o projeto original, entra em harmonia com o projeto de uma fachada desenvolvida com estrutura metálica e revestimento com telhas galvalume na cor natural. Sobre este revestimento, criar-se-á um mosaico do mesmo material que remeterá ao símbolo do clube na tricomia já citada.
“Definimos uma infraestrutura metálica leve de chapa dobrada e telhas padronizadas que serão colocadas a 45 graus em função da diagramação dos elementos gráficos do time. Essa fachada levemente inclinada e em conjunto com os elementos visuais atingirá nova plasticidade, mais rejuvenescida, que aperfeiçoará seu simbolismo na paisagem urbana da cidade. Isso tudo sem influenciar na forma original do estádio”, complementa.
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