As linhas retas da Casa Itaipu entram em sintonia com a natureza ao redor, transmitindo sensação de leveza e proporcionalidade. Com projeto arquitetônico assinado pelo escritório Equipe Lamas, a residência é um refúgio cercado pelas árvores nativas do Cerrado, próximo ao Lago Sul em Brasília (DF), que convida os moradores a desfrutar do ar livre por todos os ambientes.
Eles buscavam um lar que se conectasse com a natureza e que tivesse uma coesão familiar positiva Samuel LamasSimples e confortável, esta morada é uma edificação eficiente de baixo custo construída para uma jovem família. “Eles buscavam um lar que se conectasse com a natureza e que tivesse uma coesão familiar positiva”, revela o arquiteto Samuel Lamas.
A Casa Itaipu foi implantada num terreno de 1.600 m² e dispõe de generosos afastamentos do limite do lote para a preservação da mata local. O desejo dos moradores era que todos os espaços se integrassem com o exterior de forma precisa e harmônica. Com o objetivo de não deixar o volume intervir nos jardins, a estrutura foi projetada por extensas esquadrias em todos os lados, liberando as vistas.
Os espaços de convívio são integrados e atendem confortavelmente a todas as necessidades diárias dos moradores. A amplitude da sala de estar permite uma vista exuberante das duas principais faces do jardim. Uma parede foi erguida para separar o estar da cozinha para preservar visualmente a área de cocção. “A cozinha é o coração da casa. Tem um tapete de ladrilho hidráulico colorido com formas geométricas tradicionais que desenha o lugar das refeições”, comenta o arquiteto.
O cantinho preferido do casal é o ateliê, destinado aos seus hobbies. De forma simples e lúdica, o espaço é separado por um móvel multifuncional que também serve de uso à cozinha. Um detalhe importante é que sua posição, voltada para o jardim, foi estruturada de modo que os moradores pudessem observar as crianças enquanto brincam do lado de fora.
Toda a extensão da varanda foi projetada sem qualquer interferência estrutural para que fosse um ambiente para contemplação, descanso e, principalmente, para apreciação do jardim em sua totalidade. A escolha por todas as soluções e materiais autênticos de baixo custo reforçam o caráter simples e honesto que era desejado para a residência Samuel LamasA piscina ficou um pouco afastada da casa para receber mais o sol, e o deck foi posicionado sob a sombra das árvores, formando um agradável estar ao ar livre.
Os dormitórios ficaram orientados para o nascer do sol, e o quarto do casal tem um acesso independente. Para esses ambientes, Lamas optou pelo uso de empenas cegas. “Elas garantem privacidade aos moradores, além de proteger do excesso de luminosidade”, explica.
Já a garagem, localizada no poente, ganhou um painel de chapa perfurada para ventilação constante na área de serviço e depósito.
Desde o início do projeto, a intenção foi aplicar conceitos eficientes e de baixo custo. Painéis solares para o aquecimento da água e estrutura mista são ótimo exemplo disso.
A estrutura da casa consiste nos pilares de concreto, presentes no interior das alvenarias, que são a base para a cobertura metálica. Além disso, há também os pilares metálicos, mimetizados próximo aos janelões perimetrais. As esquadrias de ferro foram confeccionadas artesanalmente e têm basculantes superiores que liberam a ventilação cruzada por todos os ambientes, e as barras metálicas na parte inferior avisam quando as portas estão fechadas.
Segundo Lamas, a cobertura plana em aço corten foi escolhida porque dispensa manutenção e avança na medida exata para sombrear todos os painéis de vidro com pergolados para as trepadeiras. “A escolha por todas as soluções e materiais autênticos de baixo custo reforçam o caráter simples e honesto que era desejado para a residência”, completa.
As soluções mais econômicas e esteticamente satisfatórias aos moradores foram o uso de piso de concreto e as paredes de alvenaria. Para as áreas molhadas optou-se por um único tipo de granito cinza levigado, pois é o mais econômico encontrado no mercado e dá continuidade cromática ao piso cimentício.
A parede da fachada principal foi revestida de fulget cinza claro – combinação de cimento, aditivos e granulados de pedras naturais. A escolha por esse material é pela sensação natural que transpassa na varanda, e que junto com o compensado naval, usado no forro e no mobiliário da cozinha e dos banheiros, aquece a residência e interliga todos os ambientes com o exterior.
De forma poética, as cores da paisagem deram continuidade no mobiliário. O sofá ganhou uma cor de terra avermelhada, natural da região, e o tapete da sala de estar lembra o gramado.
Boa parte das peças de decoração e mobiliário também é assinada pelo arquiteto Samuel Lamas, como o conjunto de sofá e poltronas em ferro e couro, a mesa de centro, a mesa de jantar com cadeiras e o banco da varanda. “Com DNA compatível à arquitetura, as peças se comunicam com o espaço pela leveza, materialidade e simplicidade geométrica”, conclui o arquiteto.
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