O projeto arquitetônico da Casa 28 teve como inspiração a paisagem em que foi inserida, o cerrado de Brasília (DF). Sua estrutura permeada no jardim transmite a sensação de ter sido pintada em meio à natureza árida. “Tudo que se vê na residência faz parte de uma necessidade real para funcionamento. A estética foi apenas uma consequência”, conta o arquiteto Samuel Lamas.
Tudo que se vê na residência faz parte de uma necessidade real para funcionamento. A estética foi apenas uma consequência Samuel LamasOs moradores buscavam conexão com o exterior e Iluminação natural em todos os ambientes. A arquitetura tornou-se a extensão das áreas externas e, graças a materiais naturais e artesanais, criou-se uma variedade de perspectivas que se revelam ao caminhar pela residência.
Todos os ambientes sociais da Casa 28 são integrados, mas com alturas diferentes para organizar o layout conforme o desejo dos proprietários.
As extensas paredes foram posicionadas para os lados norte e sul e os janelões de madeira e vidro para o leste e oeste. Esse posicionamento permitiu a entrada de luz natural durante o amanhecer e o entardecer, além de abrir as vistas para o jardim exterior e gerar ventilação cruzada para os ambientes – dispensando o uso de ar-condicionado.
Os dormitórios são independentes do restante da residência e voltados para o nascer do sol, valorizando a privacidade dos moradores. “As três suítes possuem uma varanda e um pergolado”, menciona Lamas.
Térrea e sem desníveis (para garantir a acessibilidade dos moradores e convidados), a Casa 28 é rodeada por esquadrias de madeira. Além de oferecerem iluminação e ventilação naturais, quando abertas elas também servem de bancos tanto para quem está dentro quanto para quem está fora da residência.
As águas pluviais são coletadas por um sistema instalado na cobertura que as direciona para um reservatório subterrâneo que irriga o jardim durante a época de seca da região. “Painéis solares são responsáveis por aquecer todas as águas da casa, inclusive da piscina, durante o ano inteiro”, pontua o arquiteto.
Todas as áreas sociais contam com automação com cenas sonoras e de iluminação, além de câmeras de segurança e alarmes.
As cores do cerrado se complementam com o uso de materiais específicos, como o ladrilho hidráulico do piso, que foi confeccionado a partir de uma amostra da terra vermelha de Brasília, para dar a sensação da terra local batida.
Tapetes de ladrilhos hidráulicos geométricos e coloridos foram posicionados na cozinha, na porta de entrada e na sala de jantar. Todos foram desenhados pelo arquiteto Samuel Lamas com a coloração da paisagem.
“Cada tapete tem predomínio de uma cor. Na entrada temos uma passadeira vermelha e na cozinha, amarela. Há também uma antiga árvore Jatobá, próxima à varanda, que fica sob a piscina retangular revestida com mármore branco e rodeada pelo deck de madeira Samuel Lamas Já no estar têm várias cores em equilíbrio para um resultado mais discreto”, revela o responsável pelo projeto.
As peças que compõem a decoração lúdica do projeto de interiores também foram assinadas por Samuel Lamas e por renomados nomes do design nacional e internacional, como Lina Bo Bardi, Sergio Rodrigues, Geraldo de Barros, Jean Gillon, Lúcio Costa, Irmãos Campana, Achile Castiglioni, Antonio Bonet, Charles Eames e outros.
O projeto de paisagismo é uma continuação da paisagem com massas de arbustos e árvores nativas. Conhecida como árvore coral, a espécie Eritrina Mulungu está no jardim central e, quando suas folhas caem no hall de estrada, é como se um tapete natural de flores vermelhas se formasse.
“Há também uma antiga árvore Jatobá, próxima à varanda, que fica sob a piscina retangular revestida com mármore branco e rodeada pelo deck de madeira”, conclui Lamas.
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