A arquiteta Monica Drucker, fundadora do escritório Drucker Arquitetos Associados, baseou-se em objetivos projetuais concisos para desenvolver o programa em conjunto das Casas Hermanas. “Precisava ser arrojado, instigante e que se destacasse pela proporcionalidade da forma e da simplicidade da arquitetura”, explica a responsável pelo projeto arquitetônico, que foi adotado para atender aos clientes construtores, Marcello Vieira e Douglas Balaguer.
As duas residências são irmãs graças ao partido que se reporta à mesma fonte formal, cujas estruturas de lajes e vigas estão amplamente em balanço, com poucos pilares, e também pela escolha dos materiais. Na Casa 1, predominam pedra, vidro e metal; na Casa 2, madeira, vidro e metal.
A arquiteta utilizou uma diretriz para construir de maneira mais gentil, baseando-se na vida cotidiana para conceber os dois projetos residenciais em harmonia com o bairro bem ajardinado e tranquilo. “As casas resultam dos limites formais de dois terrenos planos de iguais dimensões, que se encontram em uma área valorizada e arborizada da cidade de São Paulo”, conta.
No local, são permitidas apenas construções residenciais com coeficiente de aproveitamento 1 e taxa de ocupação de 50%. Há, ainda, a exigência de um recuo frontal de 5 m e, à época da aprovação, uma altura menor ou igual a 6 m. “Dessa forma, decidimos tirar partido da largura do lote para a concepção de um pavimento térreo praticamente livre, integrado e contínuo, da frente até os fundos”, explica Drucker.
As duas casas, contemporâneas e arrojadas, e destacam-se em meio às construções do bairro – a maioria delas das décadas de 1960 e 1970. O estilo arquitetônico foi solicitado pelos seus proprietários e construtores.
O projeto reflete a tendência de se habitar de modo amplo e compartilhado, privilegiando áreas conjugadas, como varandas, salas, cozinhas e lazer externo, além de fluxos internos que permitem eficiência termoenergética.
O vazio do pé-direito duplo implantado no térreo – nos halls de entrada – tem como princípio a circulação e a transição do nível da recepção, do lazer e das visitas, para o nível superior, ou seja, a área íntima da casa, onde ficam os dormitórios.
“Os pés-direitos no térreo são de 2,70 m, com exceção da entrada social, que tem 5,90 m de altura. O andar superior tem pé-direito de 2,60 m”, descreve a arquiteta.
Para a construção das duas casas, foram recomendados e executados todos os projetos em conjunto, tais como levantamento topográfico, aprovação do projeto arquitetônico na prefeitura, estrutura e fundação, hidráulica e elétrica – com todas as peculiaridades da arquitetura “verde” –, além do sistema de ar-condicionado, o layout do mobiliário, o paisagismo, a iluminação e o memorial descritivo de acabamentos.
Drucker conta que o revestimento escolhido para o pavimento térreo das Casas Hermanas foi o porcelanato de concreto e, para a área externa, o porcelanato antiderrapante. O piso do pavimento superior é o taco de madeira cumaru. Já as piscinas foram revestidas com pastilhas.
“A iluminação foi executada com sistema automatizado de lâmpadas LED, a fim de durarem e economizarem mais, e é toda dimerizada”, conclui a arquiteta.
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