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Centro Administrativo Raízen - CAR

Centro Administrativo Raízen - CAR
Em apenas 10 meses, a obra de mais de 11 mil m² ficou pronta. O segredo? Estrutura, painéis de vedações e lajes pré-fabricadas. Imagens: Maíra Acayaba
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Racionalidade construtiva

Texto: Tais Mello

O exíguo prazo estabelecido foi encarado como um desafio pelo escritório Piratininga Arquitetos Associados para a construção do Centro Administrativo Raízen – CAR –, a quinta maior empresa de energia do Brasil, localizada em Piracicaba, no interior de São Paulo.

“Para enfrentá-lo adotamos a solução de pré-fabricação para estrutura e vedações, o que permitiu que a obra fosse realizada em apenas 10 meses. Vale ressaltar, também, a parceria bem-sucedida entre arquitetos, gerenciadora, construtora e cliente”, explica José Armênio, arquiteto e responsável técnico da Piratininga Arquitetos Associados.

A adoção da racionalidade na construção cumpriu todos os padrões construtivos e ambientais específicos. A edificação apresenta alto índice de industrialização dos seus componentes e montagem, ao utilizar estrutura, painéis de vedações e lajes pré-fabricadas. Armênio revela que os grandes vãos proporcionaram uma planta livre com o mínimo de interferência estrutural. “Já a clareza na articulação entre os espaços e a incorporação de critérios sustentáveis deram flexibilidade de layout, menores custos de operação e economia dos recursos naturais”.


Adotamos a solução de pré-fabricação para estrutura e vedações, o que permitiu que a obra fosse realizada em apenas 10 meses José Armênio

Programa, fachadas e materiais

No novo edifício, o programa organizado reflete a imagem institucional da empresa, abriga as áreas administrativas e de convivência, pesquisa, desenvolvimento e capacitação profissional. No centro, um vazio central articula o programa, propicia a convivência entre os usuários e promove a boa condição luminotécnica e térmica aos andares.

Estrutura, lajes e painéis de vedação pré-fabricados e fachada ventilada em cerâmica extrudada são alguns dos materiais utilizados no projeto. O Raízen carrega o conceito de sustentabilidade, eficiência energética e racionalidade produtiva.

Estrutura, lajes e painéis de vedação pré-fabricados e fachada ventilada em cerâmica extrudada são alguns dos materiais utilizados no projeto. O Raízen carrega o conceito de sustentabilidade, eficiência energética e racionalidade produtiva.

Cegas, as fachadas foram executadas em painéis pré-fabricados de concreto, fixadas na estrutura perimetral. Já na fachada norte, a mais crítica em termos de insolação, por onde acontece o acesso público do edifício, a combinação de painéis exibe materiais distintos: concreto e cerâmica. “Isso só foi possível graças à tecnologia incorporada nos respectivos sistemas para atendimento aos requisitos de isolamento térmico”, conta Armênio. Nos panos de vidro prevalecem caixilhos de alumínio e vidro laminado. Todos os materiais e soluções escolhidos em função da sustentabilidade.

Nos panos de vidro prevalecem caixilhos de alumínio e vidro laminado Foto: Maíra Acayaba

Conforto térmico e iluminação natural

No projeto de iluminação, o grande diferencial é o aproveitamento máximo da luz natural, conquistada tanto através das aberturas externas – convenientemente orientadas – quanto pela iluminação natural vinda do átrio central.

Uma série de condições ideais foram criadas para garantir o conforto do edifício. São elas: a orientação cuidadosa das áreas envidraçadas, as vedações pré-fabricadas com inércia térmica adequada às fachadas com maior insolação, o uso do sistema de fachada ventilada em parte da face norte, a adoção de materiais isolantes termoacústicos na cobertura e as especificações de forros com elevado índice de absorção sonora nas áreas de escritórios.


A clareza na articulação entre os espaços e a incorporação de critérios sustentáveis deram flexibilidade de layout, menores custos de operação e economia dos recursos naturais José Armênio

Sustentabilidade e acessibilidade

Por ser uma empresa voltada para o setor de energia, a questão de sustentabilidade foi priorizada para a obtenção da certificação LEED, na categoria Gold. Outros cuidados nesta área foram levados em consideração, como o paisagismo – cuja concepção foi baseada em princípios da ecogênese da paisagem, com cultivo exclusivo de espécies nativas, que demandam baixas taxas de água para irrigação.

O projeto sem barreiras arquitetônicas confere a todos os pavimentos fácil acesso por meio de elevadores, além de circulações e instalações acessíveis, conforme NBR 9050.

Automação

Toda a infraestrutura dos sistemas é monitorada, com ênfase na operação do sistema de ar condicionado. O prédio possui sistema de geração de energia a partir de células fotovoltaicas, para aquecimento de água e reúso, por meio de uma Estação de Tratamento de Efluentes própria, tanto para consumo em bacias sanitárias quanto para irrigação.

O sistema de irrigação automatizado é controlado por sensor meteorológico e programador de irrigação baseados em dados do microclima local. “Além disso, todas as instalações prediais foram comissionadas a partir do início da operação e aferidas após um ano de ocupação”, conclui José Armênio.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2010
  • Conclusão da obra: 2011
  • Área construída: 11.033 m²

Ficha Técnica

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