Quando o arquiteto Diego Alcântara começou a desenvolver o projeto Clube de Mães, em Uberlândia (MG), ele tinha como objetivo criar um ambiente de trabalho adequado e confortável para os trabalhadores dessa pequena fábrica de artesanato – todos eles voluntários.
“Queríamos garantir ambientes funcionais, que estivessem de acordo com as atividades que são ali realizadas. Com isso, chegamos a um projeto simples e de baixo custo, mas elegante”, explica Alcântara.
Por estar voltada para oeste, a fachada de acesso principal recebeu uma parede dupla de tijolo maciço aparente, a fim de garantir o conforto térmico no ambiente. Os arquitetos deram preferência para os materiais em sua aparência natural, como o concreto e o tijolo.
A execução foi bem econômica e, apesar do volume de concreto utilizado, o acabamento original acabou sendo também o acabamento final, gerando economia de tempo e material e eliminando os grandes volumes de reboco, gesso e pintura.
Ambas as coberturas ganharam tratamento de impermeabilização, porém a parte maior recebeu uma cobertura refletiva e a menor, um teto verde com mudas de grama amendoim, que quando crescer poderá ser visto através das janelas, uma vez que o pé-direito é baixo.
O paisagismo foi criado para destacar os volumes e as texturas do prédio. As demais áreas verdes foram pensadas para ser modificadas ao longo do tempo pelas próprias voluntárias, que sempre trazem mudas diferentes e fazem o plantio.
A instituição conta com ventilação cruzada e o estudo da incidência solar. Além disso, 12 lanternins foram instalados na laje proporcionando a separação do ar quente e a incidência de luz natural.
Juntamente com esses lanternins, estão amplas portas e janelas, que proporcionam iluminação natural suficiente. Quando necessário, é possível acender plafons de led. A iluminação externa em led é cênica para destacar os volumes e texturas do prédio.
Nos interiores, a influência brutalista e a arquitetura moderna brasileira falam mais alto. “Buscamos ampliar o espaço de trabalho e deixá-lo mais confortável e acolhedor”, comenta.
O amplo salão foi intencionalmente pensado para que as próprias voluntárias possam decorar. Um exemplo são as portas do banheiro, que receberam colagem de tecido chita. Por ser um grande admirador da arquitetura milenar indiana, a vastu shastra, o arquiteto usou elementos construtivos que foram colocados em sua forma e textura brutas, combinados de forma harmônica. Isso foi fundamental para trazer bem-estar e boas energias ao ambiente.
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