Caracterizado pela própria escultura de concreto, que define a arquitetura, o pavilhão projetado pelo arquiteto Decio Tozzi, no parque Villa-Lobos, São Paulo, prioriza o concreto aparente na formação do partido ortogonal por meio de pórticos interligados a uma grelha na fachada. A construção abriga o CEREA – Centro de Referência em Educação Ambiental – dotado de uma grande biblioteca geral do meio ambiente.
Ao redor do site, os biomas brasileiros interagem com as varandas do edifício e são circulados pelos espelhos d'água, dando a impressão de que o edifício está mergulhado em um grande lago. “O design é o resultado do domínio e transformação da natureza por meio do uso de técnica incorporada a nossa cultura”, explica Decio Tozzi. Como o projeto está inserido no parque Villa-Lobos, houve, também, a preocupação de manter a unidade com os outros pavilhões construídos no local.
O design é o resultado do domínio e transformação da natureza por meio do uso de técnica incorporada à nossa cultura Decio TozziPara transmitir uma arquitetura franca, direta e econômica, o arquiteto especificou materiais como concreto, aço e vidro, presentes desde a estrutura – que é de concreto – até as vedações da fachada, com esquadrias de alumínio e vidro transparente, industrializado a baixo custo. O edifício apresenta um conjunto de ambientes integrados com divisórias leves. Já a cobertura plana é constituída por uma laje impermeabilizada, com elementos de iluminação zenital.
O projeto com design diferenciado, prático e funcional favorece a acessibilidade, uma vez que é dotado de um desenho universal. Outra vantagem é que desde o planejamento da infraestrutura almejou-se a sustentabilidade da construção.
No Centro de Referência em Educação Ambiental, grandes vãos, o uso do vidro e aberturas inclusive no teto permitem que a luz natural diurna entre em profusão, descartando nesse período a iluminação artificial. Esta arquitetura bioclimática proporciona grande economia do uso de luminárias e ar condicionado e, consequentemente, de energia.
No interior, a combinação da localização do prédio e dos materiais usados, com alto grau de absorção acústica, favorecem a constituição de um parque silencioso. Para completar, a laje de cobertura possui placa de sombreamento que também colabora para o rebatimento de qualquer ruído aéreo. O resultado é uma construção com conforto térmico eficiente.
Em todo o parque, a Educação Ambiental é considerada prioridade. Mas nem sempre foi assim. Na década de 1980, a área onde hoje funciona o Parque Villa-Lobos era foco de entulho, resíduos da construção civil, restos de lixo da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo – CEAGESP – e ainda abrigava 80 famílias vivendo precariamente. Eram 732 mil m² inutilizados.
Agora, toda a área foi recuperada, fruto de um projeto original do arquiteto Decio Tozzi, de 1987. O pavilhão do CEREA contempla a atualização do plano geral, que inclui a incorporação de uma área de 126 mil m² junto à Avenida Queiroz Filho. A intervenção dá à área total do Parque Villa-Lobos a soma de 1 milhão de m². Tozzi acrescenta que os projetos dos pavilhões foram concebidos de acordo com os conceitos originais do plano geral.
O CEREA disponibiliza livros, revistas e DVDs sobre educação ambiental, além de um anfiteatro destinado a palestras e congressos, e salas de reunião e exposição para oficinas e cursos ministrados por especialistas. Tudo aberto ao público geral, que poderá realizar pesquisas e visitas.
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