A obra da Estação Santo Afonso é parte de um conjunto de cinco novas estações localizadas nos municípios de São Leopoldo e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Elas complementam a linha 01 da Trensurb – Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. Optamos pela estrutura mista: metálica e de concreto pré-moldado. A execução é rápida e limpa Jorge Decken Debiagi
Do ponto de vista urbano, as estações irão acrescentar ao sistema 9,3 km de via elevada, totalizando 25.454 m² de área construída. Sob a ótica construtiva, a Santo Afonso representa uma equação perfeita. O projeto soma um método construtivo, prático e racional – com a montagem de peças pré-fabricadas – a um desenho elaborado da estrutura aparente, resultando em uma edificação com cifras econômicas.
“Devido à limitação financeira, optamos pela estrutura mista: metálica e concreto pré-moldado. O sistema oferece a vantagem da execução rápida e limpa. Bastou montar uma fábrica de pré-moldados no próprio canteiro principal de obras e, nele, executar grande parte do esqueleto e dos fechamentos em painel”, explica Jorge Decken Debiagi, do escritório Debiagi Arquitetos & Urbanistas.
Já o desenho com características diferenciadas nasceu em função dos condicionantes do metrô elevado, fator primordial que direcionou a concepção do projeto.
O arquiteto ressalta que o metrô em via elevada é imponente por si só. Para se ter uma ideia, os trilhos estão a, aproximadamente, 7,5 m de altura em relação ao nível da rua. A medida dobra quando se trata da distância entre o topo da cobertura de policarbonato e o térreo: 16,6 m. Por isso a obra induz a uma linguagem arquitetônica simples, que assume e expõe seus componentes, desde a estrutura mista até suas instalações. “Essa ‘exposição’ reflete características nos moldes industriais”, evidencia Jorge.
Como o uso do vidro e de demais materiais sofisticados e onerosos nas fachadas era inviável, o escritório de arquitetura adotou um modelo de painel de concreto pré-moldado, composto com tijolos de vidro ou venezianas, conforme o ambiente a ser vedado.
Sustentados diretamente na estrutura metálica vertical, eles representam uma interessante alternativa estética.
Já o formato em curva da cobertura determinou a estrutura metálica. Para o fechamento da área da plataforma utilizou-se o policarbonato transparente, ideal porque permite a entrada de luz natural em abundância no local de embarque e desembarque dos passageiros. O fechamento do restante da estação exibe painéis de concreto ora lisos, ora compostos com venezianas ou tijolos de vidro, dependendo do espaço no qual estão inseridos.
O projeto corresponde a uma edificação que abriga as atividades necessárias para ofuncionamento de uma estação de metrô em trilho elevado. No último pavimento localizam-se plataformas de embarque e outros serviços, como salas de atendimento ao usuário e área comercial.
O andar térreo corresponde ao acesso principal, contemplando controle de bilhetagem e máquinas de autoatendimento, áreas técnica e comercial, sanitários e bicicletário.
Foram priorizadas a ventilação natural eficiente e a incidência de iluminação natural nos diferentes espaços, especialmente na plataforma, o que gera ambientes mais agradáveis aos usuários. A solução, além de econômica é sustentável, pois dispensa o uso da luz artificial em boa parte do dia.
Quanto à segurança, “o projeto atende aos requisitos de acessibilidade universal e a todas as normas vigentes, garantindo tranquilidade aos usuários em todos os aspectos e a possibilidade de fuga rápida, em caso de emergência”, garante o arquiteto.
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