Inserida em um condomínio da cidade de Brasília (DF), com exuberante vegetação nativa, a Casa Seção busca enaltecer a natureza dentro dos ambientes, além de proporcionar belíssima vista para os vales da região. A residência – projetada pelo Debaixo do Bloco Arquitetura –, deveria ser prática, acessível e funcionar como um retiro para família e amigos.
A residência com 300 m² de área construída foi dividida em três blocos. O primeiro, frontal e em nível maior, é destinado à área social e forma o acesso principal. O segundo – em nível intermediário – é onde está alocada a área de serviços. E, o terceiro, ao fundo, é reservado aos dormitórios.
Seguindo um raciocínio cartesiano esses três espaços foram erguidos com um sistema construtivo simples, onde 4 pilares pré-moldados internos mais 4 externos são unidos por uma laje invertida que criam as zonas de abrigo da casa.
Dentro desses espaços cobertos, as paredes de alvenaria e divisórias podem ser adaptar conforme as necessidades do morador. Um grande vão livre, limitado por sua cobertura, que possibilita alterações conforme a necessidade do morador.
É esse conjunto de elementos estruturais em concreto que entrega a arquitetura da casa, e são eles que ganham destaque na fachada e nos ambientes internos. A decisão de deixá-los em seu estado puro, mostrando o material que é feito, é intencional, assim fica nítido, como a casa foi concebida.
No interior a estrutura foi revelada, em vez de fazer um forro que os escondem, revelamos os ângulos inusitados vistos por quem permeia pelos ambientes, são eles que geram movimento e quebram a monotonia do tradicional traço reto.
A cor branca da casa remete as obras de arquitetura espalhadas por Brasília, uma referência das criações de Niemeyer na capital brasileira. As esquadrias pretas em vidro ganham sua altura máxima e integram salas e quartos a área externa, também são elas que levam um ar mais contemporâneo.
Nos blocos social e íntimo, os ambientes ganham piso e painéis de madeira freijó, aquecem o ambiente traz aconchego em um projeto que o brutalismo é presente em seu estado mais rústico, a ideia é trazer equilíbrio e gerar a uma atmosfera de lar.
Junto a esses elementos, móveis de design brasileiro se misturam a luminárias de design italiano, dinamarquês e francês. Já os quadros exaltam a arte brasileira, principalmente a modernista que ganhou força e espaço quando Brasília foi criada. Volpi, Di Janira, Galeno e Rubem Valentim, são parte da casa que tem um ar de arquitetura experimental.
Já a cozinha traz um ponto de cor na casa, o verde traz uma alegria sem ser cansativo, e mantem uma linguagem mid-century vistas em elementos como o puxador e o próprio design dos eletrodomésticos. Uma porta de correr de vidro canelado foi instalada para ser aberta e cria uma integração maior com a copa.
Na fachada da casa, o pátio externo foi contemplado com peças de design da Magis, que enfatiza esse ar lúdico e reforça a intenção do projeto da casa em ser um laboratório de experiência, ideias, design e arquitetura brasiliense.
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