Apartamento Jardim Paulista

Oásis urbano

Texto: Juliana Bernardino

Adquirido por um jovem e arrojado casal, este apartamento situado no Jardim Paulista, em São Paulo, nunca havia sido habitado. No entanto, na opinião dos novos proprietários, ele estava longe de ser considerado “pronto para morar”.

Determinados a iniciar uma ampla reforma nos seus 815 m², convidaram o arquiteto David Bastos para encabeçar o projeto. O trabalho deveria refletir o estilo elegante e cosmopolita do casal, que buscava espaços amplos e aconchegantes. Também deveria mesclar itens contemporâneos internacionais com objetos e móveis de grandes artistas nacionais.

“O grande diferencial deste apartamento é a extrema e complexa obra realizada. Praticamente uma construção do zero”, contou a assessoria do DB Arquitetos.

Conteúdo programático

Para os profissionais envolvidos, um dos maiores desafios foi conseguir dividir claramente o conteúdo programático em três pavimentos: íntimo, social e escritório. Isso trouxe uma necessidade já de início: alterar os dois elevadores sociais do prédio, porque tinham apenas uma saída na cobertura, transformando-a em duas (íntima e social). O pedido foi aprovado pelo edifício, e a alteração, realizada.

No pavimento íntimo ficou apenas a área de serviço, quatro suítes, uma sala íntima e uma copa para conforto imediato. O pavimento social concentrou um grande estar dividido em dois ambientes, além de sala de jantar, lavabo, cozinha e um espaço gourmet com uma continuidade muito expressiva para a área de piscina. Já o pavimento do escritório abrigou também um lavabo e um sundeck com uma vista privilegiada para a copas das árvores do Jardim América e Europa.

Longitudinal, a cozinha é extremamente funcional tanto no dia a dia dos moradores quanto nos eventos. Ela recebeu um passa-prato que a liga com a copa e posteriormente com a sala de jantar. Ao subir a guilhotina, a bancada vira aparador e, nos grandes eventos, permite a passagem de grandes travessas.

Acabamentos sofisticados

No pavimento inferior, foi empregado um piso de madeira de demolição de canela retirado de uma fazenda antiga. Este material se destaca no pavimento todo. Para conseguir uma circulação vertical que não ocupasse muito espaço, a opção foi projetar uma escada circular (formato caracol), em aço corten, que acabou se tornando um marco no projeto.

Os pavimentos superiores misturam revestimento de tecido almofadado nas paredes com a lâmina de madeira Nogueira e um piso de travertino romano. Os mármores dos banheiros foram escolhidos considerando gostos particulares dos clientes. Já os lavabos, gourmet e piscina receberam um mármore verde Guatemala que se destaca no projeto.

De acordo com o arquiteto, todas as esquadrias de madeira que abriam com sistema sanfona foram restauradas e alteradas para o sistema de correr. No estar foi possível aproveitar as janelas envolvendo-as nos nichos da estante, emoldurando as vistas como se fossem quadros.