O primeiro restaurante italiano orgânico da franquia La Pasta Giala transporta da cozinha para a arquitetura conceitos de sustentabilidade que o tornam um projeto exclusivo. Inspirada na região da Toscana, a pedido dos proprietários, a obra virou exemplo ao aliar detalhes estéticos a soluções econômicas, pautados pela reutilização. O princípio da reciclagem ultrapassa a estrutura construtiva, estende-se até o último acabamento da construção e às funcionalidades do espaço.
O telhado embutido possibilita a coleta de água da chuva, armazenada em um reservatório de 3 mil litros, destinado à irrigação do jardim e à limpeza do restaurante Daniel AlmeidaMateriais simples como tijolo, madeira de demolição e cimento queimado – alguns aproveitados da antiga casa – reúnem-se elegantemente para compor o estilo rústico-simples. “O telhado embutido possibilita a coleta de água da chuva, armazenada em um reservatório de 3 mil litros, destinado à irrigação do jardim e à limpeza do restaurante”, exemplifica o arquiteto Daniel Almeida.
Na verdade, a preocupação com o meio ambiente esteve presente desde a compra do terreno. O cajueiro recuado na entrada da construção encheu os olhos do proprietário e arquiteto e selou a escolha do lugar por ter tudo a ver com o conceito verde do projeto. Daniel conta que a orientação solar do lote – voltado para a nascente –, e os jardins de inverno das laterais do prédio também pesaram na escolha. “Eles permitem a circulação do ar e a ventilação natural, contribuindo para a eficiência térmica do partido”.
Dentro do princípio da sustentabilidade, tijolos, madeiramento e mobiliário foram herdados da família dos proprietários. “Os materiais vieram de uma antiga fazenda desmontada para dar lugar a uma reserva hidroelétrica”, esclarece o arquiteto. Seguindo a mesma linha de reaproveitamento, a maioria das esquadrias, pintadas na exuberante cor azul dos vitrais e espelhos é fruto do garimpo em antiquários e lojas de artigos de demolição. Nas fachadas, tijolos e madeiras se destacam.
Aproveitar os tijolos de demolição no acabamento revelou-se mais do que uma solução econômica e estética. Eles proporcionam, naturalmente, o tratamento acústico necessário ao salão do restaurante, que ainda conta com três jardins de inverno, responsáveis pelo conforto térmico. Rampas e banheiros adaptados garantem a acessibilidade. Parte das esquadrias, lustres, mobiliário, tijolos e madeira de demolição contribuem para tornar a obra não só sustentável, mas econômica.
A rapidez construtiva proporcionou a entrega no prazo previsto. Estamos diante de uma obra com pegada totalmente sustentável. Funcional, prática, econômica e rápida Daniel AlmeidaO uso de estrutura metálica garantiu uma obra limpa, quase sem canteiro de obra, e ágil. “A rapidez construtiva proporcionou a entrega no prazo previsto. Estamos diante de uma obra com pegada totalmente sustentável. Funcional, prática, econômica e rápida”, sintetiza Daniel Almeida.
O projeto mescla construção e reforma. A casa no fundo do lote foi reformada e transformada em cozinha e área de administração. O salão com bar, varanda, banheiros de clientes e sala de espera partiram do zero, com estrutura metálica. Cada um dos ambientes recebeu revestimento de madeira de demolição. Já as alvenarias têm tijolos de demolição livres de reboco e pintura.
No interior, pendentes com luz suave e pontos de luz cenográficas ressaltam as paredes de tijolos e os quadros. De olho na redução de custos o piso de cimento queimado, preparado no canteiro de obras, reflete uma escolha econômica. O toque decorativo foi arrematado com o colorido do ladrilho hidráulico no chão e as obras renascentistas nas paredes. Do lado externo, no jardim, Tuias piramidalis mescladas a plantas nativas lembram os ciprestes da Toscana.
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