O projeto Container Food Park, de Belo Horizonte (MG), nasceu da ideia do proprietário, que convidou o escritório Cristiane Salles Arquitetura e Design para criar pequenos restaurantes modulares que pudessem ser replicados em um sistema de franquia e tivessem infraestrutura para funcionar de forma independente ou em conjunto no modelo food park.
A dificuldade do escritório foi trabalhar com um sistema construtivo não convencional. Segundo a arquiteta Cristiane Salles, os containers deveriam ser previamente modificados e equipados para serem transportados prontos ao local de instalação.
“Isso nos exigiu um amplo trabalho de pesquisa para que encontrássemos os melhores materiais e suas formas de aplicação no container, de forma que não sofressem danos durante o transporte dos módulos e nos trabalhos de dilatação e contração da caixa de aço”, explica.
Os containers previamente modificados e equipados foram transportados ao terreno e conectados à infraestrutura projetada para recebê-los. Esse sistema possibilitou uma montagem rápida, que pode ser removida e transportada para outro local, caso necessário.
Os arquitetos então optaram pelo uso de container marítimo reutilizado, que guiou o conceito e a estética do projeto. Eles mantiveram a aparência dos containers e deram novo uso aos materiais, como os tambores metálicos que foram transformados em lavatórios. Além disso, os containers receberam tratamento térmico e acústico em lã de pet.
“A construção modular nos permitiu brincar com várias composições até que chegássemos no layout ideal para o terreno onde os restaurantes foram instalados”, comenta.
O escritório criou um salão central, também formado por containers, para que pudesse dispor os restaurantes modulares ao redor criando uma espécie de praça de alimentação. A partir daí outros espaços foram sendo criados de acordo com seu uso e função. As áreas descobertas são usadas para ambientes mais informais, com mesas, área de shows e projeções. Já no segundo pavimento, a área de acesso é restrita para o estoque e para a cozinha de apoio, onde são pré-preparados os alimentos.
No primeiro pavimento foi mantido o piso original dos containers e instalado um forro em OSB que esconde o isolamento e evidencia a elétrica e a iluminação aparentes. O conjunto de restaurantes foi montado em nove containers que abrigam três restaurantes temáticos.
“Seguimos o conceito industrial e de sustentabilidade que veio com o reaproveitamento dos containers. Usamos também muitas cores que diferenciam os restaurantes”, conta a arquiteta.
Por fim, a iluminação também seguiu com o conceito industrial, fazendo o uso de eletrocalhas aparentes, spots e arandelas blindadas. No interior do salão foi criada uma iluminação mais baixa e pontual em cada mesa. Toda a iluminação foi feita com lâmpadas e fitas de LED, com exceção das lâmpadas decorativas pendentes em filamento de carbono.
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