Texto: Naíza Ximenes
No interior de São Paulo, o escritório de arquitetura Conrado Ceravolo Arquitetos projetou um verdadeiro refúgio de verão para uma família, composta por um casal e suas duas filhas. Trata-se da Casa Silvestre, estrategicamente posicionada no terreno para proporcionar visuais deslumbrantes do entorno e proteger seus habitantes do calor intenso do sol poente.
Os arquitetos contam que, desde o início, houve um cuidado especial para preservar a topografia existente, definida por três diferentes níveis, sendo que o acesso principal acontece pelo nível mais alto.
O resultado foi uma residência de dois andares, apoiada em três lajes, que se adapta suavemente ao terreno ondulado. Essas lajes abrigam tanto a área íntima, no pavimento superior, quanto a social da casa, no pavimento térreo, enquanto um mezanino versátil oferece espaço adicional para entretenimento e acomodação de hóspedes.
Ocupando uma área de 420 metros quadrados, a Casa Silvestre ganhou arquitetura contemporânea com toques industriais. Aberta e arejada, ela integra-se harmoniosamente aos arredores. A casa é definida por dois vãos, um sobre o outro e perpendiculares à fachada — dando a impressão de uma estrutura estreita, do ponto de vista externo.
Uma vez na propriedade, o morador desce alguns degraus para chegar à entrada principal, limitada por grandes portas de vidro de correr da área social. Ambos os andares ganharam uma varanda com guarda-corpos pretos metálicos que contornam toda a estrutura, além de criarem um espaço pensado para a conexão com o ambiente.
O grande vão central é definido pela sala de estar e sala de jantar, onde os arquitetos utilizaram de várias estratégias para garantir a amplitude. A primeira delas é a repetição das portas de vidro de correr, em ambas as laterais. Quando abertas, elas garantem ventilação cruzada total.
Além disso, a aposta na construção de um átrio central com mezanino, ao invés de uma laje superior inteiriça, ainda propicia integração entre pavimentos e a criação de um pé-direito generoso ao centro. No piso, a escolha foi um revestimento cimentício sem divisões, unificando os espaços.
Uma pequena parede revestida por generosas ripas de madeira leva à cozinha, que ganhou uma abertura descontraída para a área de lazer, simulando um barzinho. Do lado de fora, ficam algumas banquetas.
Na área externa, o espaço é dividido entre jardim e piscina com deck de madeira, além de uma passagem extra para o platô do nível inferior.
A paleta de cores do projeto é composta por preto (nos caixilhos e elementos metálicos), cinza (no revestimento do chão e nos tijolos de concreto que compõem as lajes) e marrom (na madeira dos revestimentos, no couro do mobiliário e nos painéis ripados).
No pavimento superior, um lado do átrio ganhou um confortável home theater, marcado pelo pôr do sol estonteante da varanda, enquanto o outro é composto por duas suítes. Nos banheiros, os destaques são as claraboias, pensadas para garantir a iluminação natural nesses espaços.
A Casa Silvestre ainda combina elementos modernos com materiais eco-friendly, como ripas de madeira ecológica e placas solares instaladas no telhado.
O projeto luminotécnico, por sua vez, realça a beleza arquitetônica da residência e sua conexão com a natureza, enquanto o paisagismo complementa o ambiente natural, criando uma atmosfera de serenidade e tranquilidade.
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