A pedido da proprietária do Coffee Lab, Isabela Raposeiras, o escritório Enzo Sobocinski Arquitetura criou um espaço interativo, onde a arte de saborear o café acontece também em um laboratório, onde é possível torrar e criar blends – composição de grãos diferentes – além de fazer degustações e ministrar cursos. “Os espaços de atendimento e de público se confundem, o cliente pode acompanhar o processo dos baristas preparando as bebidas e os produtos” explica o arquiteto Enzo Sobocinski.
“Alinhamos o pedido da proprietária com um ambiente rústico, feito de materiais sustentáveis econômicos e criativos. O cuidado com os produtos cultivados, orgânicos e provenientes de fazendas que mantêm grande rigor de qualidade desde o cultivo até o embalo, levou-nos a procurar uma linguagem que refletisse todo esse conceito, combinado ao baixo custo” relata.
Localizado na Vila Madalena, em um sobrado de 50 anos, o Coffe Lab manteve em seu novo projeto algumas características da construção antiga. Os arquitetos preservaram a fachada, que foi apenas descascada, recebendo uma resina impermeabilizante que evidencia as diversas camadas de tinta e reformas efetuadas ao longo dos anos. O piso interno é o original, feito com tacos de ipê. Na reforma, as paredes internas foram retiradas e no lugar surgem pórticos metálicos que têm a principal função de integrar os espaços.
“Tudo no Coffee Lab é inusitado, até mesmo as luminárias produzidas com xícaras de ágata ou latas de café Illy. A iluminação geral é feita basicamente de eletrocalhas, com spots de alumínio direcionáveis, que comportam diversos tipos de lâmpada”, conta.
Os móveis são especialmente projetados para a utilização de notebooks, com tomadas para conexão que caem do teto. O escritório usou também retalhos de chapas reaproveitadas de flandres no teto, argamassa cimentcola nas paredes e spots industriais de alumínio. Estes, além de darem aspecto rústico à construção, também são econômicos e sustentáveis. Por fim, as paredes ganharam molduras de gesso com círculos que representam grãos de café estilizados.
“O paisagismo é despretensioso, aproveitando espécies já existentes no espaço, como trepadeiras e um pé de carambola nos fundos. Vasos de diversos tamanhos e com diversas espécies foram acrescentados à área externa”, comenta o arquiteto.
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