Para projetar o clube do Condomínio Residencial Alphaville de Volta Redonda (RJ), os arquitetos do BLOCO Arquitetos adotaram o mesmo conceito utilizado no empreendimento de Brasília: interferir minimamente na paisagem. Mas, ao contrário deste projeto, que encontra-se semienterrado no terreno, a edificação carioca se mostra na porção mais alta da gleba. E são elementos como os panos de vidro e a estrutura metálica que geram um prédio favorável à continuidade visual.
Entre o condomínio e um vale ladeado por morros, o Clube Alphaville Volta Redonda debruça-se sobre o declive de quase 15 metros que surge ainda no nível da rua. Com isso, os arquitetos Daniel Mangabeira, Matheus Seco e Henrique Coutinho distribuíram o programa em diversos patamares, começando pelo posicionamento do bloco na parte de cima do lote. Escadas e rampas vão conduzindo o usuário até o último nível, onde fica a piscina.
Definido isso, a equipe do BLOCO Arquitetos precisava encontrar uma estrutura que favorecesse a contemplação da vista montanhosa através dos ambientes internos. A solução, batizada pelos autores de “caixa transparente”, foi marcada por cortinas de vidro que se intercalam por pilares de aço.
Segundo Mangabeira, o projeto do clube exigia outras necessidades, como rapidez na execução e economia na mão de obra artesanal. Isso motivou os arquitetos a optarem por uma cobertura metálica, mais rápida e fácil de montar. “Ela foi fabricada com perfis de aço laminado e descidas de águas pluviais aparentes”, descreve.
A partir disso, o edifício foi dividido em dois elementos principais: pavilhão e pódio. O primeiro se caracteriza justamente pelo visual mais leve e transparente na parte central. Em contrapartida, as áreas que pediam maior privacidade, como banheiros, áreas de serviço e vestiários, foram fechadas com paredes opacas e alocadas nas extremidades do corpo principal.
Já o segundo elemento foi construído em concreto e revestido em placas de cimento, por isso, tem visual mais robusto que o pavilhão. “O pódio articula as diferenças de nível entre os dois patamares principais da área coberta alinhada com a rua e das piscinas, que ficam 2,5 metros abaixo dela”, explica Mangabeira. Resumidamente, ele se alinha com a rua e corre para os lados no vale.
A orientação solar também influenciou no projeto do Clube Alphaville Volta Redonda. Por conta da transparência do vidro, a parte central recebe intensa iluminação natural. Então, os arquitetos protegeram essa área com estruturas metálicas que cumprem a função de brises. Elas se elevam a 4,8 metros de altura, enquanto nas laterais acompanham o pé-direito de 2,5 metros, atuando apenas para reforçar a horizontalidade do edifício.
Contrapondo-se ao caráter industrial da estrutura principal, o forro revestido de madeira cumaru certificada é o material que faz referência à atmosfera residencial das casas do condomínio.
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