Com amplo diálogo entre interior e exterior, a Casa Mar esbanja luz natural, tem pouca informação visual e se destaca pela leveza dos detalhes. “Atendemos o desejo dos moradores de transformar os espaços da morada em um mar de transparência”, conta a arquiteta Sandra Moura. Para isso foram implementados painéis de vidro e vãos livres que permitem essa integração.
Os espaços têm como característica a metragem generosa. Dos ambientes sociais à ala íntima e de serviços, o projeto tem uma planta dividida entre térreo, primeiro, segundo e terceiro pavimentos. No térreo localizam-se o hall de entrada, as salas de estar e jantar, a cozinha gourmet, varanda, área de serviço, as suítes de serviço, a garagem e o lavabo. O primeiro andar concentra seis suítes e varanda, enquanto o segundo é reservado para o lazer da família. Nele estão espaço gourmet, lounge, banheiros masculino e feminino, piscina e deck.
O terceiro pavimento agrega as áreas técnicas, mas surpreende ao oferecer um gramado convidativo – parte de um mirante especialmente feito para aproveitar a natureza a qualquer hora do dia: ver o mar e o céu em sua melhor performance. Neste espaço, os cinco sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato – são instigados a ouvir o barulho do mar e dos pássaros, absorver as fragrâncias da natureza e ver a paisagem exuberante. O guarda-corpo de vidro reforça a contagiante sensação de liberdade e simbiose com a natureza.
Para acomodar os convidados com privacidade, a arquiteta Sandra Moura projetou um bloco anexo munido com suíte de hóspedes.
O design eficiente da Casa Mar levou em conta a luz e ventilação naturais abundantes no litoral praiano. “Projetamos com a intenção de aproveitar ao máximo a iluminação, mas pensando na proteção e no controle da incidência solar e de intempéries”, explica Sandra.
A grelha faz parte da fachada, e foi desenhada a partir da releitura da rede de pescar. Na fachada oeste, com visão para a rua, concebemos uma estrutura em alumínio, que faz alusão a uma rede de pesca e atua como anteparo para o sol poente.
Projetamos com a intenção de aproveitar ao máximo a iluminação, mas pensando na proteção e no controle da incidência solar e de intempéries Sandra MouraA iluminação artificial é indireta e direta, criando várias cenas surpreendentes. Hall e escada receberam iluminação intimista e indireta. E, no segundo andar, o pé-direito variável entre 3,8 e 6 m permitiu o uso de seis grandes luminárias atirantadas no teto de concreto aparente.
A madeira está presente nas esquadrias; e o concreto aparente, nos revestimentos de paredes. “O uso do concreto expõe a estrutura nua e crua, criando uma atmosfera de simplicidade.
A arquitetura também se mostra integrada ao paisagismo. No lado sul da construção, as esquadrias podem ser recolhidas, conectando o espaço a um jardim vertical. A parede verde foi elaborada com estrutura de madeira e vasos cerâmicos com plantas. “Ela pode ser vista da área social e sua função extrapola a de um simples jardim. Trata-se de um grande antídoto contra um plano desnudo de uma parede, pois dá a sensação de uma obra de arte viva e mutante”, acrescenta a arquiteta.
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