A Casa 63, localizada em São José dos Campos, interior de São Paulo, foi idealizada pelo escritório paulista Sonne Müller Arquitetos. Feita em estrutura metálica, a residência está dividida em seis módulos e em dois pavimentos. O lote que comporta o programa da casa tem, ao todo, 470m².
“Tivemos a ideia de deixar aparentes as estruturas e instalações e, para isso, buscamos na arquitetura industrial nossas maiores inspirações” relata o arquiteto Lucas Sonnewend. Segundo o profissional, ficaram aparentes as lajes tipo steel deck, assim como as instalações elétricas e hidráulicas
A influência industrial também está no diálogo entre materiais rústicos, como o tijolo e a madeira, com materiais mais frios, como a estrutura metálica e o vidro. “A fachada da Casa 63 mostra uma simplicidade de materiais, com predominância de tijolos e brises metálicos deslizantes”, conta o arquiteto.
Uma das vantagens da montagem da estrutura metálica é a sua inegável agilidade. Segundo o arquiteto, essa etapa levou uma semana de trabalho, sem contar que as lajes tipo steel deck eliminaram a necessidade de escoras, fechando a obra com pouco mais de uma caçamba de entulho.
Como o terreno já estava cercado por outras duas casas, o arquiteto posicionou as aberturas procurando obter privacidade e ventilação. Para garantir vista de 360 graus do entorno, a saída foi manter o corpo da casa no patamar máximo do terreno, utilizando entulho de construção moído para auxiliar no aterro.
“Com ventilação cruzada permanente e efeito chaminé alcançado por meio das janelas e do pé-direito duplo, o interior da Casa 63 torna-se confortável mesmo em dias de altas temperaturas. Todos os ambientes têm ventilação para o exterior através de grandes portas e venezianas que podem ser inteiramente abertas”, explica.
O espaço social da casa fica no pavimento térreo e conta com sala, cozinha e varanda, que ficam totalmente integradas quando as portas de vidro são abertas. O segundo pavimento possui piso de madeira, o que acrescenta conforto e requinte. Além disso, conta com três suítes, sala íntima e varanda de acesso ao telhado.
“Os moradores da Casa 63 buscavam uma residência ampla, com grandes aberturas, na qual os moradores pudessem estar sempre em contato. Para isso, além do térreo com deck e gramado, criamos a opção de a cobertura ser utilizada como lazer”, comenta Sonnewend.
Na cobertura da casa, que pode ser acessada por uma escada amarela a partir de uma passarela metálica, há um deck de madeira, uma horta particular e uma área com telhado verde que, entre outras vantagens, funciona como isolante térmico.
Esta parte da casa abriga as placas de aquecimento de água, o sistema de reaproveitamento da água de chuva e o sistema de geração de energia solar, capaz de gerar 200 kwh/mês, o suficiente para atender à demanda dos moradores da casa. “A Casa 63 foi a primeira da região a possuir ligação direta com a rede de distribuição”, finaliza.
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