O corredor de ônibus BRT (Bus Rapid Transit) do Eixo Sul do Distrito Federal foi projetado com 45 km de extensão para ligar a Rodoviária do Plano Piloto ao Terminal Asa Sul e Terminal Gama. Idealizado pelo escritório de arquitetura Tetraarq, o projeto deu vida a treze estações de paradas, dois terminais (Gama e Santa Maria), duas estações de transferência e dois anexos à Rodoviária e ao Asa Sul. Para fazer analogia à terra alaranjada de Brasília, a identidade visual das edificações tem como destaque a cor laranja – aplicada na pintura de algumas partes das estruturas metálicas.
De acordo com os arquitetos responsáveis Filipe General, Rodrigo Libone e Marc Duwe, com o novo conceito de corredor, os ônibus passaram a circular por faixas exclusivas e o canteiro central agora abriga estações para embarque e desembarque. “Para essas estações foram adotados um padrão arquitetônico que consiste em traços mais leves e prevalência de materiais transparentes. Com essas características, as estações encontram-se em harmonia com as diversas paisagens ao longo do extenso percurso do corredor de BRT. Os usuários podem observar sem muita obstrução a chegada e partida dos ônibus”, destacam.
Localizadas entre as vias de sentidos opostos, as estações oferecem embarque e desembarque nos dois sentidos. Com a nova projeção, o usuário passa a efetuar o pagamento da tarifa antes de entrar na área de embarque. “Isso faz o sistema BRT ser mais rápido que os corredores de ônibus convencionais. Outro fator que torna o sistema BRT mais eficaz é o embarque em nível, no qual o nível da plataforma é igual ao nível do chão do ônibus. Esse fator agiliza o embarque e o acesso aos cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoção”, explicam os arquitetos.
Rampas, escadas de acesso e uma passarela de transposição da via garantem a entrada de pedestres e ciclistas nas estações de maneira rápida e segura. Suas inclinações de, no máximo 8,33%, atendem a norma de acessibilidade vigente. “As edificações também contam com mapas e pisos táteis, bebedouros, sanitários e bilheteria acessíveis para portadores de necessidades especiais. Além disso, portas de vidro automáticas nas plataformas se abrem em sincronia com a porta dos ônibus, oferecendo mais conforto e segurança a todos os usuários”, ressaltam.
De acordo com os arquitetos, uma canaleta central foi instalada na cobertura das plataformas para atender as necessidades de iluminação, comunicação visual eletrônica e comunicação sonora. “Para melhor comodidade dos usuários o maior foco de iluminação foi feito de forma indireta, produzindo um efeito artístico ao anoitecer”, explicam. Além disso, a estação conta com uma sala de lixo, sala de elétrica, um depósito e uma unidade de controle operacional que transmite o tempo de percurso dos ônibus através de um painel eletrônico.
Visando o maior custo-benefício, a obra utilizou estruturas mistas. Concreto e metal foram aplicados na estrutura e na passarela de acesso. Os arquitetos ressaltam que a escolha dos materiais garantiu o mínimo impacto ambiental possível. “Escolhemos materiais recicláveis existentes na região. Para proporcionar conforto térmico às edificações, utilizamos telhas com tratamento térmico e pintura branca, ventilação cruzada permanente na parte superior, iluminação natural através de fechamentos verticais translúcidos com beirais largos para aumento da área sombreada e proteção contra a chuva nos embarques e desembarque, permanência de grandes áreas permeáveis, entre outras soluções”, destacam.
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