Tornar-se uma plataforma criativa e catalisadora da economia criativa e da cultura: este era o objetivo dos idealizadores do projeto arquitetônico do Centro SEBRAE de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), que confiaram a missão de reformar a antiga edificação ao escritório Mayerhofer & Toledo, em parceria com os escritórios A Rede e Urbanacon.
“O projeto precisava conter design moderno e infraestrutura de ponta, restaurando o patrimônio artístico e cultural edificado e colaborando para a revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro”, explica o arquiteto Lucas Teixeira Franco.
O escritório desenvolveu os projetos básicos e executivos de arquitetura, a legalização de ambientação, a compatibilização e também a coordenação de todas as disciplinas complementares do projeto executivo completo. Para isso, os arquitetos fizeram um estudo preliminar fornecido pelo cliente, que acabou sendo bastante modificado durante o desenvolvimento em função das mais diversas demandas, especialmente, do restauro e da preservação do bem tombado como patrimônio público.
Todo os esforços foram reconhecidos: “Em 2016 o projeto ganhou o prêmio na categoria Edificações da 54ª premiação anual do Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/RJ, a mais antiga e tradicional premiação de Arquitetura e Urbanismo do Brasil”, orgulha-se o profissional.
O projeto do novo centro considerou dois importantes vetores: o restauro do antigo solar do Visconde Rio Seco e a criação de um novo equipamento do SEBRAE, que será um espaço para o desenvolvimento do artesanato brasileiro, com toda a infraestrutura necessária.
“O nosso maior desafio foi o de identificar, respeitar, restaurar e potencializar as relevantes características da edificação e, ainda assim, conseguir introduzir todas as demandas do CRAB”, comenta Franco.
As fachadas tombadas foram cuidadosamente restauradas de forma integral e são compostas de cantaria, alvenaria com pintura e, por fim, de um material que imita pedras no conjunto de molduras horizontais que servem de arremate na parte superior.
O projeto luminotécnico das salas de exposição foi pensado de modo a atender às mais variadas necessidades. É composto por três conjuntos de equipamentos: no perímetro, uma linha de luminárias que promove uma iluminação homogênea dos planos verticais; um conjunto de trilhos para fixação de spots direcionáveis, com lentes e recursos digitais; e, por fim, um grupo de luminárias de serviço.
A entrada principal do projeto leva os usuários a um amplo espaço de convívio e de circulação, com iluminação zenital modulada, que conecta as duas edificações criando um ambiente especial.
“Trata-se de uma arquitetura com estética contemporânea, em tons neutros, clean, mas sofisticada, capaz de harmonizar o universo do prédio antigo com o novo. Além disso, procuramos valorizar a riqueza de detalhes, das cores e texturas existentes nas peças”, ressalta o arquiteto.
A premissa do projeto foi restaurar as áreas identificadas como relevantes a serem preservadas e criar um contraste por meio de um design contemporâneo, com poucos materiais, em cores neutras e materiais naturais, com o concreto e a madeira. As paredes e tetos foram pintados na cor branca, já os pisos e esquadrias nas cores preta e cinza.
No primeiro pavimento, a praça coberta, onde fica o bistrô, funciona como espaço de convivência e se conecta à midiateca, que conta com o acervo de mídias e publicações do SEBRAE.
Já no pavimento superior, as oficinas, a sala multiuso e o terraço aberto são usados para as atividades de capacitação e interação. As três salas de oficinas se conectam através da abertura das divisórias retráteis, permitindo diferentes configurações. Por fim, o restaurante com vista para a praça e a administração completam o programa principal.
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