Em um lote recortado pela exuberante região dos lagos, em Cabo Frio, Rio de Janeiro, surge um lugar de encontro e promoção da cultura. Ao mesmo tempo em que funciona como um espaço multifuncional para exposições, o programa destina-se ao uso público e permite um inédito grau de interação com a comunidade local.
A arquitetura privilegia a contemplação da paisagem natural no entorno a partir de um volume único distribuído em três blocos: estacionamento e serviços, edifício e praça. A configuração compreende as principais atividades culturais ao nível do chão.
O arquiteto João Gabriel, um dos autores do projeto, conta que “a ideia de criar três setores distintos atende, primeiramente, a necessidade de organizar o lote e os fluxos de acesso, uma vez que o terreno é marcado por uma geometria complicada. Assim, o edifício implantado no centro permite que a área de estacionamento fique isolada da praça de eventos. Ao mesmo tempo, cria-se uma comunicação mais harmoniosa”.
O núcleo do programa recebe as principais exposições. Trata-se de um grande salão livre de colunas ou outros elementos estruturais. Com divisórias e arquibancadas provisórias, cria-se um local flexível e multifuncional que atende a qualquer configuração.
“O projeto pedia salas multiuso e um auditório. Propusemos um sistema com divisórias removíveis e uma arquibancada retrátil de fácil montagem e desmontagem. Caso necessite retirar essas estruturas, é possível proporcionar uma nova situação, com ambientes 60% maiores, que recebem uma área de exposições totalmente livre”, afirma.
Outro diferencial é que esse edifício oferece a opção de integrar-se à praça externa, de acordo com a necessidade do evento.
“Para isso, portas guilhotina recebem uma vedação com ripas de madeira. Esse material possibilita a abertura total do vão de acesso e facilita a utilização do centro em dias sem eventos, ou quando as atividades exigirem a integração com a praça”, ressalta.
O espaço com capacidade para 10 mil pessoas tem como referência o grande mirante – um contraponto à volumetria horizontal – paralelo à linha da água, que abriga os reservatórios d’água superiores e as grandes luminárias. Sob a base, um palco cria um espaço público com diversas possibilidades de apropriações, como apresentações ao ar livre. O terreno da praça estende-se naturalmente a partir de um píer sobre a Lagoa de Araruama.
O arquiteto explica que “a composição da estrutura praticamente determina a materialidade do objeto: concreto nas vigas laterais e na estrutura da cobertura e forro de alumínio. Para vedações laterais, há as portas guilhotina de madeira e vidro. Além disso, a tentativa de deixar o plano do chão livre e flexível exigiu uma composição estrutural com grandes vãos e poucos apoios, por isso, a estrutura do edifício sustenta-se, basicamente, em seis pilares”.
As aberturas e integrações com o ambiente externo são propositais, auxiliando na estética, ventilação e iluminação natural.
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