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Centro Aberto

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Proposta de reurbanização da área central de São Paulo começa com projeto Centro Aberto, do escritório Metro. O objetivo é transformar as estruturas existentes e renovar as formas de uso, fortalecendo o domínio público na região central. Imagens: Leonardo Finotti
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Parklet: centro revisitado

Texto: Gabrielle Victoriano

Para propor diferentes ações para cada local, identificamos e setorizamos cada uma dessas características na praça. Ou seja, ações mais dispersas e, por isso mesmo, menores Gustavo Cedroni

No centro da cidade de São Paulo, duas intervenções urbanas tomam corpo. Uma é o Centro Aberto São Francisco e a outra, é o Centro Aberto Paissandu. Ambas fazem parte do projeto Centro Aberto, cujas ações são realizadas em parceria com o Itaú, que apoia a Prefeitura de São Paulo na proposta de reurbanização da área central da cidade e a colaboração do escritório de arquitetura METRO Arquitetos Associados. O objetivo é transformar as estruturas existentes e renovar as formas de uso, fortalecendo o domínio público em seus locais de atuação. Durante dois meses, nos espaços públicos, as novas soluções em escala real serão testadas, e só então haverá alterações permanentes.

Mesmo provisórias, as mudanças realizadas nessas áreas permitem aos cidadãos e usuários vivenciar um pouco das transformações planejadas a longo prazo. Também estão abertas à população discussões em torno de alternativas urbanísticas para a área central. Os projetos, fundamentados em workshops realizados por iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, têm consultoria metodológica do escritório dinamarquês Gehl Architects.

Ações implementadas

Com o foco na reurbanização do centro de São Paulo, foram desenvolvidos pontos principais usados como base para cada um dos projetos. São ações de proteção e priorização de pedestres e ciclistas, de suporte à permanência no espaço público e ações de atração de público e ativação dos locais púbicos.

Esta proposta de intervenção também é conhecida e designada de Parklet. De acordo com o projeto, os espaços centrais passarão a ter equipamentos amigáveis à população, como bancos em muretas e canteiros, decks de madeira com guarda-sol e cadeiras de praia, equipamentos de lazer e ginástica. Tudo isso acompanhado de uma programação cultural que inclui feirinha gastronômica, shows, projeções de cinema e vídeo e karaokê. A programação pode ser acompanhada pela página do evento no Facebook.

Cadeiras de praia, guarda-sóis e mesinhas de bar seriam fundamentais para convidar as pessoas a usarem a praça sem se sentirem intimidadas Foto: Leonardo Finotti

Para o arquiteto Gustavo Cedroni, da Metro, desde o início a equipe teve a impressão de que o projeto de cada praça deveria ser tratado de maneira diferente. “Isso acontece porque cada uma possui características bem distintas. Assim, realizamos duas propostas.”

Centro Aberto São Francisco

Para o São Francisco foi criado um projeto mais monumental e cívico. “A justificativa é não haver habitação no entorno, e sim Faculdade de Direito, órgãos públicos e prédios tipicamente comerciais. Assim são poucas propostas e grandes intervenções”, conta Gustavo. O grande deck serve de suporte a acontecimentos compatíveis com a escala do lugar. Um único e grande elemento que concentra todas as atividades. Na programação, há feira de comidas, festas, shows e cinema, eventos articulados para concentrar um grande número de pessoas.

Centro Aberto Paissandu

Neste perímetro, o desafio era acomodar o projeto ao longo de um entorno com diferentes tipologias. “São habitações, comércio, hotéis, edifícios comerciais e institucionais e a Galeria do Rock. Para propor diferentes ações para cada local, identificamos e setorizamos cada uma dessas características na praça. Ou seja, ações mais dispersas e, por isso mesmo, menores”, descreve Gustavo.

O Projeto Centro Aberto é composto por dois projetos de intervenção urbana em São Paulo: Centro Aberto São Francisco e Centro Aberto Paissandu Foto: Leonardo Finotti

Como o Paissandu tinha a característica de passagem, com vasta área de circulação e pouca área de estar, primeiro os canteiros foram ocupados. Depois, era necessário encontrar uma escala de "praça de interior" no meio do centro de São Paulo. Segundo o arquiteto, na área com maior número de prédios residenciais, foi projetado um pequeno deck com parquinho e mirante, no maior dos canteiros. “Perto dos restaurantes, propusemos colocar a feira de comida, os sanitários e as mesas, com a ideia de intensificar o uso que já existia, enquanto em frente à Galeria do Rock, foi projetado um palco circular para rodas de rap e samba”.

Perto dos restaurantes, propusemos colocar a feira de comida, os sanitários e as mesas, com a ideia de intensificar o uso que já existia, enquanto em frente à Galeria do Rock foi projetado um palco circular para rodas de rap e samba Gustavo Cedroni

Materiais econômicos

Nos dois projetos existem banheiros públicos, paraciclos e pontos de informação – produzidos de containers adaptados com a dupla função de ser depósito para o mobiliário móvel. Ambos também oferecem wi-fi gratuito e uma programação cultural diversificada, que agrega desde cinema, atrações musicais, karaokê e dança e até workshops.

O mobiliário móvel foi pensado para ser simples, com peças comuns, facilmente encontradas no cotidiano das pessoas. Já os elementos fixos detêm materiais de alto desempenho e inúmeros detalhes. “Por isso a decisão por incorporar cadeiras de praia, guarda-sóis e mesinhas de bar. Simples, esses móveis mostram-se fundamentais para convidar as pessoas a usarem a praça, sem se sentirem intimidadas”, opina Gustavo.

Quanto aos bancos, foram projetados dois tipos: um desenhado para ser acoplado às muretas dos canteiros, e outro típico de praças, com um design bastante universal. Ambos são ideais para serem espalhados ao longo das praças.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2014
  • Conclusão da obra: 2014
  • Área do terreno: 9460 m²
  • Área construída: 1338 m²

Ficha Técnica

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