Alguns fatores diferenciam o Edifício VDA (Residencial Vinício Dias Alvelar) dos novos prédios residenciais. Implantado no bairro de Sion, em Belo Horizonte (MG), o empreendimento abre mão das áreas comuns de lazer para valorizar o conforto das unidades privativas. Para isso, o escritório Vazio S/A Arquitetura e Urbanismo, responsável pelo projeto arquitetônico, estabeleceu variações de altura nos pés-direitos e criou layouts distintos em cada apartamento. Essas soluções provocaram, ainda, a irregularidade da fachada, tão inusitada.
“A forma é sua diferença mais explícita e, estruturalmente, é resultado de alguns pequenos balanços laterais, desenhados como diagonais sobrepostas”, reitera o arquiteto Carlos Teixeira, autor do projeto e fundador do Vazio S/A.
Outro detalhe é que a equipe do estúdio de arquitetura também assumiu a incorporação do Edifício VDA em parceria com a empresa Total Engenharia. Segundo Teixeira, dentro do atual cenário, no qual predominam apartamentos e prédios pensados quase que exclusivamente por construtoras e corretores de imóveis, é fundamental a participação dos arquitetos nos demais aspectos correlacionados à indústria da construção.
“O tecido urbano da cidade é composto por essas edificações e, infelizmente, elas estão sendo produzidas por setores mais conservadores. Então, decidimos admitir os dois papéis – arquitetos e incorporadores –, para concebermos esse projeto como uma alternativa à mesmice”, expõe Teixeira.
Com terreno de 756 m², consideravelmente profundo e estreito, a edificação explora a horizontalidade dos pavimentos, enquanto a verticalização do volume acontece em apenas sete andares, incluindo o térreo. Além disso, a declividade de nove metros do lote permitiu que a implantação fosse realizada de forma organicamente escalonada, com dois subsolos acomodando as garagens.
Por não possuir áreas comuns de lazer, como academias e quadras esportivas, o Edifício VDA dedica atenção especial às unidades. É em função da sua disposição que a fachada – em parte protegidas pelos brises metálicos – ganha o formato desigual.
Embora os 10 apartamentos existentes usufruam de generosas varandas, o layout é diferente em cada um deles, sobretudo nas dimensões. Por exemplo, o menor possui 99,4 m², enquanto o que está localizado acima da laje da garagem soma 353 m², pois conserva um quintal aos fundos. Além disso, também existem duas unidades dúplex na cobertura. “Essa variedade na organização dos ambientes reflete a diversidade de gostos dos próprios moradores”, conta o arquiteto.
Outra diferença está presente no pé-direito de algumas unidades, sendo o mais alto de 3,2 metros, correspondente ao apartamento do quinto andar. “A variação nesse item mostra que o corte do prédio foi usado como mecanismo para ganhar espaço”, finaliza Teixeira.
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