Com o fundo banhado por raios solares – que inspiraram inclusive o nome do projeto arquitetônico – a Casa Pôr do Sol foi reformada em 2015 pelas arquitetas Mariana Andersen e Mariana Guardani, sócias no escritório Casa 14 Arquitetura, para ganhar uma planta mais livre e integrada, de modo que todos os ambientes recebessem luz natural através das amplas aberturas.
A alma da residência é o jardim interno. Ele tem um pé-direito duplo de 6m e uma janela que vai do piso ao teto, através da qual entra uma agradável luz natural Mariana AndersenApesar de estar localizada na agitada São Paulo, a morada construída na década de 1970 transmite bastante tranquilidade aos moradores, que se sentem como se estivessem em uma casa de praia ou campo.
A Casa Pôr do Sol ocupa um terreno com um leve declive que permitiu sua implantação em três níveis: no térreo está a garagem e um escritório com acesso independente; no nível superior ficam três suítes e uma sala íntima; e no inferior, a parte social e de serviços.
Da rua, quem olha para a residência acredita estar diante de um discreto projeto térreo. A visão da garagem e do escritório propaga a sensação de um único bloco, mas ao adentrar percebe-se a imensidão de seu layout.
A estrutura de concreto com grande vão, o pergolado em balanço e o pé-direito duplo criam um térreo integrado onde ficam a sala de estar, de jantar e a cozinha, todas conectadas ao jardim interno e à varanda. “A alma da residência é o jardim interno. Ele tem um pé-direito duplo de 6m e uma janela que vai do piso ao teto, através da qual entra uma agradável luz natural”, revela a arquiteta Mariana Andersen.
Uma edícula que ocupava praticamente toda a área do terreno teve 100 m² de sua estrutura demolida, pois acabava privando a entrada da luz solar na sala de estar. Com isso foi possível aumentar a área verde e as chances de iluminação e ventilação.
A intenção era fazer com que a sala ficasse entre os dois jardins, o interno e o externo, como se os moradores partilhassem de uma grande vegetação. Assim, a ventilação passou a ser cruzada, porque todo o ambiente está rodeado por caixilhos de vidro.
“Essa ventilação contorna toda a Casa Pôr do Sol. No escritório, por exemplo, tem uma superabertura. É um projeto que não precisa de ar-condicionado”, conta a arquiteta Mariana Guardani.
Madeira, vegetação e pedra são os materiais predominantes da obra. A área externa recebeu revestimento fulget, enquanto a parte interna da casa teve seu piso conservado – tábuas de Ipê-roxo com 5 m de comprimento. Os quartos ganharam taco de peroba rosa e a cozinha um piso cimentício.
A pérgola é quase uma escultura de luz, que marca a varanda e ao mesmo tempo protege uma parte da área externa do quintal Mariana GuardaniAlém disso, esquadrias de alumínio garantem a liberdade de abertura e integração do jardim com a varanda, criando uma passagem para a sala de estar.
A área externa da Casa Pôr do Sol é toda protegida por uma pérgola de concreto. Com 3 m de balanço, a estrutura não possui apoio e tem a parte de cima revestida por vidro. Com isso, a varanda fica coberta e o pergolado ganha a importante função de proteger os ambientes do sol no final de tarde, numa área de muita insolação.
“A pérgola é quase uma escultura de luz, que marca a varanda e ao mesmo tempo protege uma parte da área externa do quintal”, compara Guardani.
Prática e com muita vegetação, a Casa Pôr do Sol tem um projeto bastante simples. “Todos os ambientes são sociais e se comunicam com o jardim interno; além disso, a circulação está ali muito próxima e é confortável”, conclui Andersen.
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